Soja em Chicago reage forte com USDA, mas devolve boa parte dos ganhos no final da sessão
Nesta terça-feira (10), os preços da soja reagiram na Bolsa de Chicago (CBOT) após a divulgação do novo relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), mas encerraram apenas com pequenos ganhos de dois a três pontos nos principais vencimentos.
Ginaldo de Sousa, diretor da Labhoro Corretora, destacou que a queda de apenas 5 milhões de bushels dos estoques americanos criou um cenário que foi considerado neutro para a soja, bem como para o milho, enquanto foi baixista para trigo e óleo.
Com uma venda de 120 mil toneladas de soja dos Estados Unidos para a Argentina, o mercado também começou a colocar no radar a possibilidade de os sul-americanos demandarem a safra norte-americana. A safra argentina, por sua vez, foi reduzida para 40 milhões de toneladas pelo USDA, mas com o aumento brasileiro, houve uma diminuição de apenas 3,6 milhões de toneladas nos estoques mundiais.
Apesar de ainda ser cedo, o mercado também começa a verificar a neve que vem caindo em diversas partes dos Estados Unidos, o que pode atrapalhar o plantio do milho e direcionar áreas para a soja. De agora em diante, o clima deve ser um fator preponderante para a formação de preços.
As altas do mercado fizeram com que muitos aproveitassem para realizar novas vendas, mas alguns esperavam altas ainda maiores. A soja brasileira, por sua vez, está pouco competitiva em relação à americana por conta dos prêmios e a tendência futura é de que as exportações dos Estados Unidos aumentem e os estoques sejam reduzidos - o que deve fazer diferença com a queda da Argentina.
Desta forma, os Estados Unidos precisam repetir uma boa safra para garantir uma oferta normal para o mercado - caso contrário, os preços tendem a alçar patamares ainda maiores.