Incertezas sobre o tamanho da safra na América do Sul e demanda forte pela soja dão sustentação ao movimento de alta em Chicago
Nesta terça-feira (13), o mercado da soja encerrou de forma positiva na Bolsa de Chicago (CBOT), recuperando parte das perdas dos dois últimos pregões. Glauco Monte, diretor de commodities da INTL FCStone, aponta que, apesar do último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as preocupações com o tamanho da safra na América do Sul continuam atuando sobre as cotações.
O Brasil não deve compensar as perdas na Argentina e a China possui uma demanda projetada de 97 a 100 milhões de toneladas. Assim, o mercado ainda se mantém bastante ocupado com o que irá acontecer com a safra dos países sul-americanos.
A INTL FCStone trabalha com números próximos da Bolsa de Buenos Aires para a safra de soja da Argentina, estabelecida em 42 milhões de toneladas na última semana - enquanto o USDA estima 47 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, existe uma expectativa de manutenção ou até de aumento da área de soja, com exportações abaixo das expectativas, porém, sujeitas à recuperação.
Com a iminência de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a barreira comercial poderá impactar as exportações norte-americanas do grão e este fator pode ser negativo para as perdas em Chicago - fator este que pode ser compensado pelos prêmios nos portos no Brasil. Contudo, uma maior demanda chinesa poderá trazer uma "descompensação" para o mercado interno brasileiro, já que o país não possui todo o volume que os asiáticos demandam disponível para exportação.
Monte não vê que os próximos dias devem trazer grandes volatilidades de preço para a soja no Brasil, a não ser que haja um grande movimento climático que ajude a manter a oleaginosa em grandes patamares.