A atrasada comercialização da soja americana pode ser prejudicada ainda mais com uma possível guerra comercial entre China e EUA
Nesta segunda-feira (05), o mercado da soja teve mais um dia de alta na Bolsa de Chicago (CBOT), com as cotações nos principais vencimentos ficando cada vez mais próximas dos US$11/bushel.
Para Camilo Motter, analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, é plausível que o mercado atinja esse novo patamar, já que a seca na Argentina tem a capacidade de pressionar um pouco mais - mas estes só devem deslanchar com uma redução nos estoques norte-americanos.
O mercado aguarda o relatório de Oferta e Demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na próxima quinta-feira (8), para o qual é previsto um recorte na oferta da Argentina de 54 milhões de toneladas para 46 a 47 milhões de toneladas, estimativa que já vem sendo divulgada por alguns institutos argentinos.
A safra brasileira, por sua vez, vem crescendo na maioria das consultorias, com uma estimativa próxima de 115,6 milhões de toneladas. Em parte, esse número pode compensar a quebra na Argentina, mas não como um todo.
Além disso, a questão envolvendo a briga comercial entre os Estados Unidos e a China ainda pode chegar na soja e representar uma diminuição do apetite chinês sobre o produto norte-americano.
Diante desse cenário incerto, Motter acredita que há espaço para novas altas, principalmente porque os fundos também compram mais agressivamente. Desta forma, a situação deve ser monitorada de perto.
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