Argentina segue como principal e único fator de sustentação do movimento de alta da soja em Chicago

Publicado em 23/02/2018 17:52
Sem chuvas na Argentina, em momento de consolidação de safra, produtividade pode ficar comprometida

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Argentina segue como principal e único fator de sustentação do movimento de alta da soja em Chicago

 

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A soja fechou com uma nova semana positiva para os preços na Bolsa de Chicago e altas acumuladas de mais de 1% entre as posições mais negociadas. O vencimento maio/18, referência para a safra brasileira, fechou com US$ 10,47 por bushel, Dessa forma, as cotações chegaram aos melhores preços registrados em quase um ano. 

As preocupações crescentes com a safra da Argentina foram, mais uma vez, o principal combustível para o avanço dos preços não só do grão, mas do complexo soja de uma forma geral. Na liderança, continua o farelo, uma vez que o país é o maior produtor e exportador mundial do derivado e tem também sua oferta ameaçada pelas atuais adversidades. 

"O farelo continuou sendo até certo ponto o carro chefe do complexo com os fundos carregando posições bem compradas no produto", explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa, em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

Mesmo com as chuvas na província de Buenos Aires no domingo (18) o restante do país permaneceu seco e as previsões para a semana não foram nada otimistas, ainda como reportou a corretora. 

Ainda segundo Sousa, "conforme reportamos em nosso comentário especial do Crop Tour da Labhoro na Argentina, as chuvas são essenciais para as áreas agrícolas do país. Sem elas as quebras são inevitáveis e a safra deverá ficar abaixo de 50 milhões conforme previsões de algumas consultorias".

Assim, o executivo explica que o mercado, portanto, segue dependendo da questão climática na Argentina para manter sua trajetória positiva, uma vez que a oferta global da oleaginosa é bastante grande, o que pode limitar a evolução das cotações. Com a persistência desse padrão no país, os preços poderiam testar os US$ 10,80 na CBOT.

No cenário da demanda, o mercado internacional recebeu  ainda um novo anúncio de vendas de soja pelos EUA nesta sexta, feito pelo USDA, de 106 mil toneladas. Do total, 40 mil toneladas foram da safra 2017/18 e 66 mil da 2018/19. Este é o segundo anúncio da semana, já que nesta quinta-feira foram anunciadas outras 110 mil toneladas vendidas. 

Na contramão, o boletim semanal de vendas para exportação trouxeram um 'cancelamento' de 109,1 mil toneladas da safra 2017/18, enquanto os traders tinham expectativas de algo entre 600 mil e 1,1 milhão de toneladas. Já da safra 2018/19, de acordo com o reporte, foram vendidas 222,1 mil toneladas.  

Preços no Brasil

No Brasil, os preços acompanharam as altas em quase todas as regiões de comercialização e os ganhos chegaram a bater nos 5,47%, como foi o caso de Rio do Sul, em Santa Catarina, no acumulado da semana. Entre os destaques para o interior do país, seguem as praças do Paraná, com algumas referências superando os R$ 70,00 por saca. 


Nos portos, os preços também são os melhores do ano e os indicativos têm atraído, segundo consultores e analistas de mercado, um maior volume de negócios. Em Rio Grande, R$ 76,60 no disponível e R$ 78,00 para maio. Paranaguá fecha a semana com R$ 76,60 por saca. 

Dólar

No front do dólar, apesar do fechamento negativo desta sexta-feira - de 0,21% para R$ 3,2417 - a moeda americana fechou com um ganho acumulado de 0,63% nesta semana. 

"A Fitch bateu e assoprou. Piorou o rating, mas melhorou a perspectiva", disse um operador de uma corretora local à Reuters ao citar que a perspectiva do rating brasileiro mudou de negativa para estável pelo olhar da Fitch.

Leia mais:

>> Dólar segue exterior e recua ante real, fechando com R$ 3,24 nesta 6ª feira

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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