Soja em Chicago passa por liquidação com valorização do dólar e perdas já precificadas na Argentina
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Soja em Chicago passa por liquidação com valorização do dólar e perdas já precificadas na Argentina
A segunda-feira (05) tem mais um dia de pressão negativa sobre os preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). Como destaca Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado trabalhou em alta durante boa parte do mês de janeiro e agora, em fevereiro, começa a liquidar.
A pressão do momento também está sobre a valorização do dólar perante as principais moedas. A Argentina, por sua vez, perdeu um pouco da importância no mercado.
Brandalizze salienta também que, embora o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) seja conservador, a tendência é que este venha com uma redução de 2 a 3 milhões de toneladas para a safra argentina e com um aumento de 1 milhão de toneladas para a safra brasileira.
O Brasil tem uma boa perspectiva de produção. A safra veio bem mesmo com o atraso no plantio e não deve ter grandes perdas como se esperava inicialmente, de forma que é possível que o USDA pondere estas questões. Contudo, uma redução na Argentina pode deixar a safra menor do que o consumo mundial, o que é benéfico para dar suporte para as cotações. A demanda mundial, por sua vez, está bastante aquecido "e não é só a China que está levando", atesta o analista.
Para ele, caso Chicago tenha uma perda de 10 a 15 pontos, o mercado volta a se tornar comprador e reverter essa tendência de queda. A pressão de oferta, contudo, não muda tanto, já que os produtores estão cautelosos. Os brasileiros devem segurar e vender escalonadamente, principalmente por ser um ano eleitoral.