Previsão de clima seco nas próximas duas semanas na Argentina e boa demanda pela soja americana motivam alta em Chicago
Nesta segunda-feira (22), o mercado da soja tem mais um dia positivo na Bolsa de Chicago (CBOT), com ganhos de 5 a 6 pontos nos principais vencimentos.
Como aponta Luiz Fernando Gutierrez, consultor da SAFRAS & Mercado, a questão climática continua sendo o centro das atenções até os meses de março e abril. Frente a isso, o clima na Argentina, que não se mostra propício para o desenvolvimento das lavouras, é um dos principais fatores de destaque neste momento, embora o Brasil possa compensar a quebra, estimada entre 3 a 5 milhões de toneladas.
Há uma preocupação com a qualidade da safra brasileira que, até o momento, deve bater recorde de produção, por volta das 114 milhões de toneladas. A preocupação se dá principalmente no estado do Paraná, que enfrenta excesso de chuvas. Os trabalhos de colheita já se iniciaram no Mato Grosso e, em breve, devem ter início nos demais estados também.
A pressão da entrada da safra sul-americana pode fazer com que os preços recuem em março, quando o mercado deve sentir o excesso de oferta. Se não houverem perdas relevantes na América do Sul, Chicago pode trabalhar por volta dos US$9,50/bushel neste período, pondera Gutierrez.
Ele aconselha aqueles produtores que venderam pouco a aproveitar os repiques de Chicago para colocar a soja no mercado. Além do fator da oferta, o mês de março também poderá trazer oscilações em função das previsões de área para a nova safra dos Estados Unidos, que tendem a crescer.