Portos do Norte em plena atividade e qualidade da soja brasileira justificam crescimento recorde de 30% nas exportações em 2017
Sérgio Mendes, diretor da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), conversou com o Notícias Agrícolas nesta terça-feira (16) para comentar o recorde das exportações de soja e os crescentes volumes de milho que vêm sendo exportados pelo Brasil.
Ele conta que a disponibilidade da soja brasileira, que teve uma produção de 114 milhões de toneladas em 2016/17, colhida na época certa e com um bom peso, foi um fator primordial para esse crescimento. Assim, as exportações chegaram a 68,3 milhões de toneladas, tendo um aumento expressivo em relação ao ano anterior, que exportou 50,3 milhões de toneladas.
Mendes destaca que "o fator logístico tem melhorado, apesar da precariedade", já que houve um volume grande de grãos saindo pelos portos do Norte. Só o porto de Santarém teve um aumento de 97% em suas exportações. Assim, foram criadas também novas portas de saída para a soja brasileira.
Os Estados Unidos, como visualiza o diretor, sempre serão um grande competidor, mas a capacidade de ampliação das áreas de soja é limitada, podendo esta crescer apenas sobre áreas de milho, trigo e algodão. O Brasil, por sua vez, pode "triplicar a produção de soja sem derrubar uma árvore". Fatores como o teor proteico e a quantidade de grão por óleo na soja brasileira também fazem com que ela seja cada vez mais procurada no mercado.
No que diz respeito ao milho, Mendes lembra que, há 10 anos, poucos achavam que o Brasil poderia ser competitivo no cereal. Contudo, a pesquisa avançou, sobretudo a partir dos trabalhos desenvolvidos pela Embrapa, fazendo com que as perspectivas de exportação só cresçam. Embora o país ainda tenha um problema central de logística, há estrutura para que isso ocorra.