Novo patamar do dólar fará diferença para produtor brasileiro diante de um mercado sem grandes oscilações para soja em Chicago
O mercado da soja encerrou a terça-feira (31) na Bolsa de Chicago (CBOT) sem grandes alterações, mantendo patamares anteriores em parte dos vencimentos.
De acordo com Camilo Motter, analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Chicago está sem grandes novidades em termos fundamentais. A colheita chega em sua fase final no Meio Oeste americano e o Brasil está atrasado no plantio em relação ao ano passado, mas estes fatores, além das chuvas previstas para os próximos dias, já estão precificados.
Ele chama a atenção, portanto, para o movimento dos fundos, que trabalham com uma atuação diferenciada em relação aos anos anteriores, adotando uma postura mais cautelosa, aguardando para ver o que acontece. Esta situação também influencia na acomodação do mercado, gerando uma pressão que "não é nem ruim nem boa, é diferente".
Motter acredita que a soja norte-americana não deverá ter uma produtividade muito distante das 120 milhões de toneladas previstas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), mas este número também já está absorvido.
A tendência é que haja um recuo momentaneo da demanda, mas os números globais devem continuar firmes. Com isso, ele não vê o mercado cedendo, estimando que a oferta, e não a demanda, irá dar um sobressalto nos preços. A médio prazo, a tendência do mercado, para Motter, é firme.
O câmbio, por sua vez, é um fator que exige cautela por parte dos produtores brasileiros. No mercado doméstico, a alta praticada é puramente cambial.