Cotações estimulando vendas, clima favorável no Brasil e retração da demanda explicam pressão negativa sobre a soja em Chicago
A terça-feira (17) foi mais um dia negativo para os vencimentos da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). De acordo com Stefan Tomkiw, analista de mercado da Societé Genérale, os produtores dos Estados Unidos, que vinham segurando a comercialização, aproveitaram os preços em alta da última semana e provocaram a queda, que foi mais intensa nos vencimentos mais curtos do que nos vencimentos longos.
No Brasil, a questão climática também se mostra mais favorável para o desenvolvimento da safra, retirando preocupação do mercado, embora ainda seja cedo fazer uma precificação sobre a safra brasileira. Mais adiante, essa relação tende a se intensificar.
A demanda está mais agressiva e conseguindo absorver os estoques de passagem. Caso a safra sul-americana traga grandes perdas, este fator deve refletir nos estoques e apontar para uma mudança de tendência de preços. Por outro lado, há uma maior elasticidade para a demanda de exportação, mas este movimento é pontual.
Segundo Tomkiw, a tendência é que os preços, caso não sejam afetados por nenhum problema climático, se estabeleçam entre US$9,50/bushel a US$9,80/bushel. A movimentação, como ele salienta, deve ser muito lateralizada do que altista e altista. Entretanto, o analista lembra que é difícil traçar perspectivas de preços para um horizonte muito longo - porém, do lado fundamental, não há nenhuma grande surpresa prevista nas próximas semanas.