Atraso no plantio da nova safra e exportações fortes obrigam indústrias a disputar soja no mercado interno e preços reagem
Nesta quarta-feira (4) o fechamento do mercado da soja foi positivo na Bolsa de Chicago (CBOT), com ganhos de 2 a 3 pontos nos principais vencimentos, interrompendo o movimento de queda que vinha ocorrendo ao longo da semana.
Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting, destaca que o mercado se apegou mais a movimentos técnicos do que aos fundamentos na sessão de hoje.
Para que o mercado caísse abaixo dos US$9,50/bushel, seria necessário uma notícia que justificasse essa queda. Entretanto, não há fator que sustente essa cotação no momento. Os grandes investidores também não apostam que o mercado se sustenta por muito tempo abaixo desse patamar.
A colheita norte-americana já passa dos 22% e faz uma pressão sobre a CBOT. A semana também é de pouca demanda em função do feriado nacional da China, que deve retornar às compras apenas na semana que vem. Mesmo esses fatores não foram suficientes para sustentar a baixa.
Este momento é benéfico para o produtor brasileiro. Se o mercado se sustentar nesses patamares, é um sinal de que poderá haver números mais atrativos para a safra nova, a ser negociado nos próximos meses.
Nos níveis atuais existem apenas entregas de contratos antigos, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Aqui, o dólar recuou e acabou limitando os negócios nos portos.
Se o mercado paga a partir de R$71 nos portos, já começam a aparecer vendedores novamente para a safra disponível. Para a safra nova, os vendedores querem uma cotação de R$75 em diante.
Com o atraso do plantio, a oferta deve ser bastante limitada no começo do ano. Portanto, se a indústria quiser trabalhar nestes primeiros meses, terá de realizar compras agora, como avalia Brandalizze.