Atraso no plantio da soja no PR não prejudica potencial produtivo das lavouras de verão,mas já compromete segunda safra de milho
Nelson Harger, coordenador de grãos da Emater (PR), destaca que, em função da seca, o plantio de soja não se iniciou em boa parte do estado do Paraná, que teve o fim do vazio sanitário em 10 de setembro. Os produtores aguardam pelas chuvas de outubro, quando deverá ocorrer uma concentração de plantio no estado e também no Paraguai.
Neste momento, o cenário de neutralidade climática que pode passar para uma condição de La Niña indica também uma ausência de chuvas em um período maior, de forma bastante irregular. Por isso, o maior risco da cultura é o clima e seu comportamento. A ferrugem preocupa menos, já que o cenário será de menor umidade.
A época de plantio, segundo ele, também não deve interferir em questões de produtividade máxima das lavouras. A interrogação vem para a segunda safra do milho. Além disso, o Deral estima uma área de 5 milhões e 400 hectares de soja no Paraná, a maior área já plantada pelo estado, o que implica também em uma menor plantação de milho verão.
Haverá algum prejuízo na segunda safra em função do atraso no plantio, como avalia Harger, especialmente no noroeste e no oeste do estado, que procuram plantar a segunda safra o mais cedo possível. Para a soja, o período de plantio é considerável, já que 60% do plantio do estado normalmente já é feito na primeira quinzena de outubro. Cerca de 1% das áreas produtivas já foram plantadas com o tempo mais seco, o que deve ocasionar em replantio.
Ele diz, ainda, que o período ainda é bom para escapar da ferrugem. Além disso, o tempo seco pode afastar o caráter epidêmico da doença nesta safra, bem como a concentração de plantio, que diminui a migração de esporos.