Sem chuvas, produtores do Paraná ainda não iniciaram o plantio da soja da safra 2017/18
Ontem, 10 de setembro, terminou o vazio sanitário no estado do Paraná. Entretanto, José Eduardo Sismeiro, presidente da Aprosoja PR, destaca que o clima não está colaborando. As chuvas não se confirmaram para o estado, que sofre com o clima seco.
Os mapas demonstram que as chuvas ideais para o plantio virão apenas no mês de outubro. Como muitos produtores haviam investido em variedades precoces para se proteger da ferrugem, terão de arriscar o plantio dessas mesmas variedades fora da data recomendada. Com isso, Sismeiro diz que a expectativa não é das melhores.
O milho safrinha também fica em dúvida com essa situação. Com o plantio atrasado, pode não haver janela disponível para o cultivo do cereal em janeiro. Assim, o presidente acredita que "mesmo se houver uma redução bem grande de milho safrinha no Brasil todo, o produtor não deve arriscar". A temporada se inicia com sinal vermelho e Sismeiro recomenda que não sejam adquiridos insumos para o milho safrinha até que o comportamento da soja seja devidamente observado.
A previsão é que as chuvas de outubro se regularizem em novembro e dezembro. Se a área contar com uma boa palhada, a soja aguenta 20 dias sem chuvas após receber cerca de 40mm. Contudo, as previsões do Deral para a produção, de 19 milhões de toneladas no estado, devem ser menores. Para Sismeiro, a soja deve chegar, no máximo, a 16,5 milhões de toneladas.
Alguns produtores realizaram o travamento da soja da safra nova de R$66 a R$68. Hoje, a soja nas cooperativas está cotada a R$56 livre para o produtor, o que não cobre os custos. Um cenário ideal, para Sismeiro, seria uma soja a R$70, o que permitiria os produtores a honrarem seus compromissos e obterem margem de lucro.