Soja aguarda números finais do Crop Tour e encerra 4ª feira com leves ganhos em Chicago
Marcelo de Baco, analista de mercado da de Baco Corretora, destaca que o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) tem sido bastante influenciado pela repercussão do clima na colheita norte-americana e como este fator irá influenciar de fato. Na sexta-feira, o mercado aguarda pelos resultados finais dos principais Crop Tours e o que estes podem trazer de notícias sobre a oleaginosa do país.
Ele aponta que ainda há espaço para surpresas em termos de volume de safra. De acordo com o que o analista vem recebendo de alguns brasileiros, ele acredita que a notícia pode ser baixista para o mercado, devido ao peso e a contagem de vagens.
A China tem se demonstrado um pouco mais cautelosa na compra de grãos devido à profissionalização dos compradores. A "gangorra do mercado", portanto, deve ser o câmbio.
Nos Estados Unidos, as lavouras passam pela fase final de enchimento de grãos e qualquer umidade pode satisfazer as plantas, que ainda devem aumentar em 15% a 18% o seu peso. Uma chuva de 30mm a 35mm tranquilizaria o mercado, na visão de De Baco.
No meio da colheita norte-americana, os compradores devem passar a se posicionar no Brasil, oferecendo prêmios mais interessantes para a safra nova. No momento em que o câmbio brasileiro também mostrar um movimento de alta, um bom patamar de vendas seria encontrado. Entretanto, a realidade mundial é, ainda, de um abastecimento tranquilo, sem demanda correndo atrás da oferta, observa o analista.
O Rio Grande do Sul ainda é o estado mais atrasado na comercialização, com 50% da soja ainda para vender. Para de Baco, este é o momento de "aliviar estoque e encher o caixa", principalmente para aqueles produtores que ainda possuem compromissos e investimentos para fazer na lavoura. De olho no mercado futuro, os produtores podem encontrar oportunidades para travar preços.