Preços da soja seguem em queda em Chicago e pressão pode continuar com clima favorável nos EUA e consolidação de uma super safra

Publicado em 14/08/2017 16:55
Melhor momento de preços da soja pode ter passado e mesmo com mudanças no clima nos próximos dias, patamares de perdas serão notificados a partir dos 119 milhões de toneladas projetados pelo USDA
Confira a entrevista com Luiz Fernando Gutierez - Consultor da SAFRAS & Mercado

Nesta segunda-feira (14), o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou com quedas de 5 a 7 pontos nos principais vencimentos. O primeiro vencimento encerrou com 10 pontos de baixa.

Luiz Fernando Gutierrez, consultor da Safras & Mercado, destaca que a movimentação negativa na sessão de hoje é uma continuação do ajuste frente aos números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), além de um olho do mercado na questão climática, que segue em jogo.

As previsões indicam clima favorável para os próximos dias na lavoura e os Estados Unidos podem ter uma superssafra novamente, o que pressiona bastante as cotações. Para Gutierrez, há espaço para as cotações cairem ainda mais, já que agosto é o mês de definição e as lavouras de soja entraram no mês com bom potencial de recuperação.

As chuvas regulares ou acima do normal começaram a voltar para o Meio Oeste americano. Nas partes em que havia falta de umidade, essas chuvas devem ser bastante benéficas. O clima em agosto é superior ao aguardado pelo mercado anteriormente.

O consultor acredita que grande parte das perdas não são quebras tão grandes. Se a primeira semana de setembro não tiver chuvas regulares, qualquer corte seria feito em cima de 119 milhões de toneladas, de acordo com a estimativa do USDA, o que seria insuficiente para trazer o mercado para altos níveis.

Ele aponta que os produtores têm de aproveitar o dólar neste momento, já que Chicago não deve oferecer muitas oportunidades. Se os patamares voltarem a US$9,50/bushel, ele recomenda fechar negócios pendentes, já que o melhor momento parece ter ficado para trás.

A retração de oferta no cenário brasileiro ocorreu ao longo de todo este ano, após a colheita de uma superssafra de mais de 113 milhões de toneladas. Há um excesso de oferta nas mãos dos produtores no Brasil, o que pode gerar um problema de não haver prêmios tão bons daqui para a frente.

Os próximos 20 a 30 dias são definitivos para o potencial produtivo norte-americano. Entretanto, deve-se observar os próximos 60 dias para compreender o cenário completo.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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