Preços da soja em Chicago recuam com novas previsões de chuvas nos EUA e alta do dólar no Brasil
A semana iniciou negativa para o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), com quedas de dois dígitos nos principais vencimentos.
Miguel Biegai, analista de mercado da OTCEx Group, em Genebra (Suíça), aponta que houveram algumas chuvas no final de semana e que, neste momento, chove nas Dakotas e em Minnessota. Por sua vez, o dólar também valoriza em função do real, por motivos de ordem fiscal. Estes fatores colaboram para as quedas expressivas do mercado.
De acordo com o gráfico demonstrado por Biegai, o mercado perdeu a tendência de alta em 1 de agosto e acumulou mais uma queda forte na quinta-feira com o novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Ele acredita que o USDA deve recortar a produção em outros relatórios, mas que dificilmente os números devem voltar a se aproximas das 110 milhões de toneladas. De acordo com relatos locais recebidos pelo analista, os norte-americanos não acreditam nos números divulgados pelo USDA.
O consumo pode dar algum suporte para o canal de baixa. Entretanto, se a produtividade continuar aumentando e o consumo não responder tanto, o mercado pode acabar perdendo o suporte de US$9/bushel.
A janela no mercado climático mais crítico está se aproximando do seu final. Já há projeções relativamente confiáveis até 23 de agosto, com clima que "não é dos melhores", mas favorável para o desenvolvimento da oleaginosa. Esses fatores ainda podem ser alterados, mas a janela fica cada vez menor.
Acabando o mercado climático, o mercado volta a ficar focado na demanda para a formação dos preços. Embora tal variável esteja sempre presente, uma definição da oferta ganhava mais importância neste período.
Estes novos patamares de preços fizeram com que os produtores brasileiros parassem de vender. Os novos patamares de dólar também não compensam a queda.
Biegai aconselha os produtores a vender o físico antes que o mercado caia mais e comprar uma participação na alta na Bolsa por meio de uma call spread. Essa estratégia independe de patamares atuais e faz os produtores se livrarem do risco.