Chuvas dos últimos dias consolidam safra na metade leste do cinturão de soja americano. Porção oeste ainda depende do clima

Publicado em 04/08/2017 16:51
Mercado da soja em Chicago segue com tendência de baixa e se o vencimento novembro romper patamar de US$9,50/bushel, cotações podem buscar os US$9.00/bushel

Miguel Biegai, analista de mercado da OTCEx Group, em Genebra (Suíça), lembra que a semana foi de quedas para o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), com quase 50 pontos de queda de segunda para hoje (4).

As chuvas nas regiões produtoras dos Estados Unidos foram um dos principais motivos que levaram o mercado na CBOT para baixo. Há previsões até o dia 15 que indicam que as temperaturas devem estar abaixo da média. Com isso, as chuvas que ocorreram nesta semana podem fornecer uma boa condição de umidade até meados de agosto.

Assim, a tendência de alta que se fazia presente desde 23 de junho até a última terça-feira (1) foi rompida. Agora, uma nova tendência deve ser buscada pelo mercado, que deve ser de baixa ou lateral.

Há um suporte na casa dos US$9,50/bushel no contrato de novembro. Encerrando a US$9,56/bushel hoje, o contrato está próximo desse piso psicológico.

Ele acredita que, na segunda-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deve trazer mais uma melhora para as condições das lavouras de soja, por conta da capacidade rápida de recuperação da oleaginosa.

Se o cenário atual continuar nos próximos dias, o número de produção em 115 milhões de toneladas é plausível, na visão do analista. O potencial produtivo da safra, que não deve chegar ao seu máximo, é de quase 125 milhões.

O que irá impedir que a safra norte-americana passe dos 120 milhões é a região oeste, que não apresenta condições muito favoráveis.

Depois dos 15 dias, as áreas precisam de mais chuvas que, se ocorrerem, devem estabilizar as áreas e trazer uma safra quase recorde para os Estados Unidos. Entretanto, se as temperaturas altas voltarem, ainda há potencial para os preços retornarem aos patamares altistas.

Passando o momento do mercado climático, a demanda deve voltar a ficar em evidência. Embora aquecida, ela não tem força, até o momento, para elevar as cotações, mas no momento impede que o mercado caia mais do que já está caindo.

Diante das quedas, os produtores brasileiros seguraram suas negociações. Os exportadores não conseguem pagar um preço melhor e os prêmios não melhoraram muito.

Para a próxima semana, de acordo com as informações disponíveis hoje, o mercado tende mais a entrar em uma tendência de baixa do que uma tendência lateral. Contudo, Biegai diz que "pode ser que neste final de semana mude tudo de novo".

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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