As chuvas previstas para os próximos 2 dias nas lavouras de soja dos EUA ainda não são suficientes para consolidar produção
Em função do clima, o mercado da soja encerrou em queda na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta terça-feira (25), após iniciar a manhã com altas expressivas.
Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting, destaca que a redução da qualidade das lavouras em 4% teve impacto no pregão noturno. Entretanto, na parte da tarde, as novas previsões climáticas apontaram para chuvas nas regiões que estão sofrendo com a seca, o que levou o mercado a fazer liquidação e fazer uma corrida baixista.
Ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou 57% das lavouras em condições boas ou excelentes. No momento, são 20,6 milhões de hectares com potencial de colher 3460kg por hectare, portanto. No ano passado, eram 61% das lavouras neste momento e 74% em agosto.
Se as condições se mantiverem, a safra norte-americana será de 111 milhões de toneladas. Dentro de três semanas, todas as lavouras estarão com vagens. O risco, assim, cai para as perdas em decorrência de clima.
Outros fatores ainda podem influenciar na formação de preço para a soja, como a forte demanda que estão tendo e as novas demandas que podem aparecer. Assim, "o produtor não precisa se apavorar que vai ter prejuízo com a soja", diz Brandalizze. "Mas o produtor não pode ficar apostando que vai quebrar a safra norte-americana, porque o risco de ele perder é grande".
Se vierem boas chuvas a partir de amanhã, ainda não será possível equilibrar as lavouras norte-americanas nos mesmos patamares que o último ano, mesmo que elas se recuperem. Apenas chuvas regulares, bem distribuídas e temperaturas amenas elevariam as condições.
No Brasil, houveram algumas oportunidades de negócio entre R$72,50 a R$73,50 nos melhores momentos, mas os volumes de venda foram pequenos. Ao final do dia, os preços estão em R$71 a R$72, mas sem oferta.