Safra EUA tem potencial comprometido, mas perdas seriam minimizadas com volta das chuvas. Aprosoja alerta para comercialização
Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja-MT, está nos Estados Unidos para observar as áreas de soja do país desde a última segunda-feira. Ele conta que, neste momento, as áreas apresentam um panorama seco, com problemas refletidos nas folhas. A falta de água afeta as plantas e pouca chuva cai na região produtora.
Os Estados Unidos possuem uma capacidade de retenção de água no solo muito grande. Uma perda por seca deveria ser consolidada em um período grande. Contudo, ele destaca que essas perdas já vêm sendo observadas.
É um período crucial para a determinação do potencial produtivo das lavouras. Os produtores americanos temem que as chuvas não voltem nas próximas semanas. Seria necessário uma chuva entre 20 a 30mm para amenizar esse problema.
Para o produtor brasileiro, ele recomenda que os momentos de alta sejam apresentados, por mais que o câmbio se apresente em queda no Brasil. O trabalho deve ser feito com cautela porque ainda há uma possibilidade de recuperação nas lavouras norte-americanas.
As lavouras foram bem implantadas e bem nutridas, como avalia Dalcin. Assim, com um bom nível de chuvas, a capacidade de regeneração pode se fazer presente com facilidade.
Comercialização
Com as oportunidades do mercado, com Chicago batendo US$10,40/bushel, os produtores realizaram vendas de soja disponível e soja balcão, mas ainda não foi suficiente para esvaziar os armazéns. Alguns produtores se protegeram com silos-bolsas.
Houve, ainda, o problema da BR 163, que causou sérios prejuízos para as exportações brasileiras. Dalcin diz que "não podemos entrar na próxima safra de soja com os mesmos problemas".
O planejamento da safra 2017/18 depende muito da venda da soja e muitos produtores estão atrasados na compra dos insumos. A partir do próximo dia 15 de novembro, a safra de soja deve começar no Mato Grosso.
Reunião com o USDA
Dalcin participará de uma reunião com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para traçar paralelos entre a produção de soja e milho do Brasil e dos Estados Unidos. Pontos como estados das lavouras norte-americanas, consumo de soja e milho no mundo e estado da safra brasileira estarão em questão.