Roraima tem crescimento de 40% na área de produção de grãos nesta safra e soja deve chegar a 100 mil toneladas este ano
Antonio Denarium, presidente da Comissão Organizadora da Colheita da Soja em Roraima, conta que, neste ano, será realizada a quinta edição no cerrado do estado para mostrar a potencialidade da última fronteira agrícola do Brasil na produção de grãos.
A safra é feita no mesmo calendário norte-americano. Dentre as vantagens competitivas, está o escape da concentração de oferta no Brasil, o que atrai muitos investidores para o estado.
No ano passado, foram plantados cerca de 25 mil hectares. Neste ano, houve um crescimento de mais de 20%, com mais de 30 mil hectares plantados. Nas projeções, Roraima deve estar plantando cerca de 100 mil hectares em quatro a cinco anos. Há 2 milhões de hectares disponíveis para a agropecuária.
A capital do estado, Boa Vista, tem cerca de 320 mil habitantes e uma das maiores rendas per capita do país. Novos residentes e estudantes também vêm sendo atraídos para o estado. Há um processo de regulamentação fundiária em curso e o Governo atual já entregou alguns títulos definitivos de terras.
Todas as cidades de Roraima são asfaltadas. Agora, há a chegada do linhão de Tucuruí a Roraima, para o qual vem sendo feito um trabalho intenso. A energia utilizada hoje é importada da Venezuela - porém, nos próximos anos, o estado deve estar ligado no sistema nacional.
Há produtores colhendo até 60 sacas por hectare em áreas consolidadas de plantio. Neste ano, serão colhidas em torno de 100 mil toneladas de soja, que estão sendo compradas, hoje, pelo Grupo Maggi, que é proprietário do porto de Itacoatiara. Com o aumento da área plantada, novas empresas devem chegar para comprar a soja plantada no estado.
Existe um trabalho que vem sendo feito pelo governo da Guiana para o afastamento da estrada que liga o estado ao país, possibilitando também as exportações pelo porto de Georgetown.
Roraima também vem diversificando as atividades. A produção de milho e algodão também está sendo uma realidade por lá. Agora, um dos mais modernos frigoríficos de abate deve ser construído, sendo o primeiro frigorífico privado do estado, que é uma área livre de aftosa.
O rebanho do estado atende o mercado local e também tem parte do boi vivo sendo exportado para Manaus atualmente. Agora, com uma planta com condições sanitárias adequadas, a intenção é começar a exportar para outros países também.