Clima quente e seco nos EUA, dólar em queda no Brasil e recompra de fundos dão suporte a mais um movimento de alta da soja
O mercado da soja tem mais uma sessão da alta na Bolsa de Chicago (CBOT), com mais de 20 pontos nos principais vencimentos. O que tem chamado a atenção dos operadores são os mapas climáticos para os Estados Unidos.
Miguel Biegai, analista de mercado da OTCEx Group, em Genebra (Suíça), destaca que o mapa de temperaturas de 15 a 19 de junho mostra temperaturas muito acima do normal nas Dakotas, região de trigo, enquanto o Corn Belt deve receber um bolsão de ar quente, com poucas chuvas. Ao mesmo tempo, este é o período mais crítico das lavouras de soja e milho, que precisam de umidade.
Assim, por precaução, os fundos estão desmontando as suas operações vendidas, ocasionando em altas muito fortes para a soja na CBOT. Este movimento começou com a divulgação do relatório de estoques do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e foi impulsionado pelas notícias climáticas.
Se houver um movimento de realização, com chuvas nas áreas produtoras, o mercado pode cair para US$9,90/bushel em um movimento normal entre um a dois dias.
No Brasil, o dólar encontra uma queda, porém, menor frente à alta da soja, que acaba sendo mais relevante neste momento. A própria queda do dólar também ajuda a CBOT a encontrar novas altas, como aponta Biegai.
Com isso, ele destaca que os produtores estão aproveitando para vender, a medida em que o preço aumenta. Para a safra nova, os produtores também começam a mostrar mais ofertas, com preços para a entrega em fevereiro a R$78 no Porto de Paranaguá - apenas de oferta.