Potencial produtivo da safra Americana já vem comprometido desde o plantio e clima quente pode reduzir ainda mais a oferta

Publicado em 06/07/2017 17:26
Por enquanto, o mercado precifica apenas a possibilidade de perdas. Mas para que preços avancem de forma mais agressiva e consistente é preciso consolidar uma produção inferior a 110 milhões de toneladas na próxima safra

O mercado da soja teve mais uma sessão de alta na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta quinta-feira (6). Após um dia volátil, o mercado registrou altas de 4 a 5 pontos nos principais vencimentos e novembro/17 encerrou a US$9,99/bushel.

Ênio Fernandes, consultor em agronegócio, destaca que ano passado, na mesma data, também havia especulações de clima. Uma grande safra semeada nos Estados Unidos aguarda por chuvas.

Nesta semana, 20% da soja está em fase de floração. Este é o momento no qual a planta mais necessita de água e os mapas mostram temperaturas altas e chuvas escassas, o que deve trazer estresse para uma soja que teve um plantio não muito vantajoso por conta do excesso hídrico.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deve divulgar na próxima semana o relatório de oferta e demanda mundial. Neste relatório, haverá projeções para estoques e de safra. Uma redução na produtividade pode impactar os preços e os produtores brasileiros devem aproveitar essas oportunidades. Uma alternativa é partir para as operações de hedge e proteger a renda.

Caso os norte-americanos colham abaixo de 109 milhões de toneladas de soja, o mercado deve ficar "nervoso" e trabalhar em níveis altistas. Fernandes diz que "ficaria surpreso" se o mercado ficasse abaixo de US$8/bushel.

Nas próximas semanas, decisões políticas como a votação da reforma trabalhista e do julgamento do presidente Michel Temer podem trazer mudanças para os patamares de dólar no Brasil.

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Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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