Soja em Chicago reduz risco climático nos preços e só não recua mais pois atingiu patamares atrativos para novas compras

Publicado em 26/06/2017 11:59
Preços da soja interrompem quedas da semana passada, mas não tem fôlego para engatar um movimento consistente de alta em Chicago
Miguel Biegai - Analista da OTCex Group

O mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), ao contrário da última semana, na qual houve certa pressão para os preços, agora tenta se segurar nos patamares estabelecidos, embora os ganhos ainda não sejam muito significativos.

Miguel Biegai, analista de mercado da OTCex Group em Genebra, na Suíça, explica que o mercado está dentro de um canal de baixa. Na semana passada, houve uma tendência secundária de alta estimulada por conta do clima, porém, houveram chuvas no Meio Oeste americano e o mercado começou a retirar esse risco climático, buscando os US$9,10/bushel e caindo 50 pontos na semana.

Hoje, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou novas vendas para Bangladesh. Vários países asiáticos estão vindo diretamente ao mercado norte-americano e ao mercado brasileiro para realizar essas compras - antes, elas eram feitas apenas via China.

Se os próximos mapas climáticos trouxerem pouca chuva e pouco calor, haverá risco climático novamente. Entretanto, se houver normalidade, não deve haver grandes altas para a CBOT.

Existe uma linha psicológica muito forte em US$9/bushel, como explica Biegai. Os preços praticados no mercado, neste momento, não geram interesse vendedor.

As vendas ocorrem, mas ainda não são as melhores, como destaca o analista. No Brasil, as negociações iniciaram bastante calmas. A queda do dólar não ajuda as negociações a fluirem, mas começa a aparecer também muita oferta de milho no mercado, embora haja poucos compradores interessados.

Os mexicanos devem se voltar também para o milho brasileiro e argentino, como forma de criar um canal de comercialização. O USDA já informou que o país deve passar a comprar menos produto dos Estados Unidos, embora a logística seja mais facilitada.

O analista acredita que os preços da soja estão próximos de entrar no período de lateralização e ficar entre US$9/bushel a US$9,50/bushel.

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Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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