Soja perde os US$ 9,20 no contrato julho em Chicago nesta 3ª com clima mais favorável nos EUA; demanda é principal suporte

Publicado em 30/05/2017 17:35
Cenário é mais favorável para a cultura da soja neste momento e pode motivar migração de área do milho para a oleaginosa. Por outro lado, competitividade do produto americano segue maior e ainda atrai compradores, mantendo a demanda como importante pilar de sustentação para as cotações.
Jack Scoville - Analista da Price Futures Group

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Nesta terça-feira (30), o mercado da soja encerrou com uma baixa significativa na Bolsa de Chicago (CBOT).

De acordo com o analista de mercado Jack Scoville, da Price Futures Group, essa queda foi motivada por uma melhora no clima norte-americano. Antes de sexta-feira (26), falava-se em chuvas que atingiriam as lavouras, entretanto, há muitas áreas com sol e boas temperaturas.

Com um plantio em melhores condições, os compradores apareceram e os especuladores passaram a sair de suas posições, justificando o atual momento de baixa no mercado.

Hoje, de acordo com o relatório de Acompanhamento de Safras divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 65% das lavouras de milho no país estão em boas condições. 91% do plantio foi concluído. Assim, um clima ideal se faz necessário, pois, a partir de agora, a janela de plantio começa a chegar ao fim para o cereal.

Os produtores que acham que não há possibilidade de se ganhar dinheiro com o milho podem acabar migrando para a soja. Entretanto, outros produtores, com a perspectiva de um grande estoque de soja a nível global, pretendem se manter no milho enquanto for possível.

A soja, por sua vez, tem 67% de área plantada, contra uma expectativa do mercado de 68%. Contudo, a oleaginosa possui um período maior para ser plantada.

Scoville alerta que há uma possibilidade de os preços na CBOT estarem abaixo dos US$9/bushel na colheita. Hoje, novembro/17 fechou a US$9,19/bushel e julho/17 já perdeu o suporte de US$9,20/bushel, pontos considerados mínimos nesta época.

Por sua vez, a soja americana continua sendo a mais competitiva em comparação com Brasil e Argentina. A partir de agora, deve-se acompanhar também os novos embarques realizados pelos Estados Unidos, uma vez que a demanda continua alta. O medo dos produtores norte-americanos, porém, é de que os produtores dos outros países comecem a vender quando eles estiverem em plena colheita.

O analista visualiza que, embora os produtores brasileiros estejam interessados em vender, os problemas políticos no cenário nacional fazem com que muitos mantenham uma parte de sua safra enquanto banco.

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Por: Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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