Soja sobe em Chicago com alta do petróleo e previsões de chuva e frio nos EUA. Mas movimento perde fôlego com elevação do dólar
A segunda-feira (22) começa positiva para os preços em Chicago, com o vencimento julho subindo 3 pontos, a US$9,56/bushel. O dólar, por sua vez, também tem uma abertura de negociações em alta, alcançando nos R$3,29.
Como conta Miguel Biegai, analista de mercado da OTCEx Group, Chicago chegou a trabalhar com mais força na madrugada, em função de uma expectativa em torno da alta dos preços do petróleo. Há um boato de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) pode trabalhar com uma redução de produção para controlar os preços. Este fator dá suporte para a soja, uma vez que as commodities que podem se tornar biocombustíveis ganham um pouco de suporte. Em função da valorização do dólar frente ao real, Chicago começou a recuar um pouco pela manhã.
O clima dos Estados Unidos, por sua vez, deve vir com um pouco mais de chuva e uma frente fria se instalando nas principais regiões produtoras, podendo alongar um pouco mais o ciclo das lavouras e comprometendo a produtividade e a oferta de entrada de safra. Não se fala ainda, porém, de perdas confirmadas para o mercado americano, mas estes fatores pesam no momento.
Sendo assim, os preços trabalham com fundamentos positivos neste momento. No mercado interno, este preço ainda não influenciou em relação à última sexta-feira (19), de acordo com Biegai.
Na quinta-feira (18), muitos negócios foram realizados. Na sexta-feira, houveram negócios também, mas os produtores que haviam resguardado alguma parte da sua produção para vender nestes níveis, já venderam. Para que haja mais interesse no mercado, os preços precisam estar acima de R$72.
O suporte do canal de alta em Chicago, de acordo com o gráfico demonstrado por Biegai, foi rompido na quinta-feira. Entretanto, já na sexta-feira, Chicago não conseguiu trabalhar dentro do canal de alta - houve apenas um repique, movimentação que também vem se manifestando no dia de hoje, embora o mercado já suba um pouco e encoste na média móvel, com uma resistência de curto prazo.
Para este canal ser rompido, precisa haver uma maior valorização do real frente ao dólar e uma mudança no cenário climático dos Estados Unidos. Enquanto isso não se define, Biegai acredita que o mercado vai trabalhar em um período lateralizado.
Ele recomenda os produtores a ficarem atentos a essa movimentação que, caso surja outros fatos como o da semana passada, valorizando o dólar, podem surgir também oportunidades de venda. Além disso, ele lembra da possibilidade da compra de operações de call, para que os produtores que venderem a soja por agora possam continuar participando de uma possível alta.