Petróleo em alta puxa preços da soja em Chicago, mas queda do dólar anula ganhos nos portos brasileiros
O mercado da soja na Bolsa de Chicago começa a semana testando algumas novas altas. Os preços encontravam espaço para voltar a subir diante de alta observada entre os futuros do petróleo - os quais subiam tanto na Bolsa de Nova Iorque, quanto na de Londres - e também pelo avanço das cotações do óleo de soja na CBOT.
Para o analista de mercado Miguel Biegai, da OTCex Genebra, na Suíça, caso os preços do petróleo sigam avançando, eles podem continuar puxando o mercado do óleo e, consequentemente, da soja em grão. No entanto, afirma: "o que vai influenciar mesmo os preços ainda netsa semana é o clima nos Estados Unidos".
E sobre isso, os traders ainda não se deparam com novidades muito relevantes. Biegai diz que os mapas climáticos seguem mostrando uma melhora nas condições de plantio nas próximas semanas, e as projeções de tempo frio também começam a diminuir. "Os dias ficam mais longos e as temperaturas já não tão baixas", diz.
Dessa forma, em seu reporte semanal de acompanhamento de safras a ser reportado no final da tarde desta segunda-feira (15), o USDA poderia trazer números indicando uma recuperação no atraso do plantio nos EUA, principalmente para o milho. "Deve continuar atrasado, mas menos do que na semana anterior", explica o analista.
Entre as análises gráficas, o canal de alta para os futuros da soja se mantém e, ainda de acordoc com o executivo, o intervalo no qual os preços trabalham melhora e passa a ser de US$ 9,50 a US$ 9,90, com patamares de suporte e resistência mais altos, portanto. Todavia, Biegai lembra que o mercado segue lateralizado, ainda sem uma direção muito bem definida.
O que poderia mudar esse quadro, além do clima, seriam novidades sobre a demanda. "E hoje temos um evento de demanda atuando, com essa alta do petróelo deixando o óleo de soja mais competitivo e atraindo a demanda", explica.
Mercado Brasileiro
Biegai segue orientando os produtores a, aos poucos, seguirem participando do mercado, fazendo vendas na medida em que os preços se aproximem da resistência.
"O produtor vende a soja, compra uma call e, se o mercado continuar subindo, ele participa também", diz. Hoje, o prêmio pago para uma opção curta - vencimento entre junho e agosto - é de, aproximadamente, US$ 0,50 por saca. "E ele ainda se livra dos custos de armazenagem e da perda de peso da soja".
Com o dólar ainda baixo no Brasil, testando, inclusive nesta segunda-feira algo abaixo dos R$ 3,10 - os negócios no Brasil devem continuar sem força. As referências devem voltar à casa dos R$ 68,00 por saca, algo ligeiramente acima disso, mas os negócios só devem voltar a acontecer, com volumes expressivos, com as cotações de volta aos R$ 70,00 nos portos.