Soja em Chicago recua, porém prêmios e dólar melhoram cotações internas. Mas preços ainda não estimulam negócios no Brasil

Publicado em 25/04/2017 16:26
Mercado climático e impactos sobre a produção norte-americana darão rumo aos preços da soja em Chicago
Confira a entrevista com Camilo Motter - Granoeste Corretora de Cereais

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Camilo Motter - Granoeste Corretora de Cereais

 

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Depois de sessões positivas, o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) devolveu um pouco de seus ganhos nesta terça-feira (25), encerrando com queda de 6 pontos no vencimento julho/17.

O analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, vê como uma movimentação normal. Ontem, quando o governo americano divulgou que 6% das áreas de soja já estão semeadas, isso surpreendeu os negociadores - no ano passado, este número era de 3%.

Este aumento se deve às áreas da região sul dos Estados Unidos. No Meio Oeste, maior região produtora, esse plantio está apenas começando. Nas próximas duas semanas, espera-se mais chuvas, o que pode atrasar o plantio do milho e liberar áreas para a soja. No entanto, apenas a última semana acumulou 11% do plantio de milho - que está em 17% no total, contra 28% do ano passado e 18% de média histórica.

As próximas duas semanas, portanto, são preocupantes, com previsões de poucos dias ensolarados. A janela ideal para o milho é até o dia 20 de maio. A soja, por sua vez, tem um prazo maior para ser plantada. Assim, um jogo de clima influencia sobre os preços neste momento.

Motter acredita que cada dia haverá uma história a ser contada e que não há uma tendência fixa para os preços nos próximos dias. Os fatores positivos devem ser apenas eventuais problemas, mas quando o mercado se normalizar, haverá ainda o peso da grande oferta disponível no mercado. O mercado climático, por sua vez, deverá trazer instabilidade para a soja e para o milho.

Mercado interno

O dólar volta para o patamar dos R$3,15. Apesar da queda externa, há, portanto, uma melhora nos preços internos, que ainda contam com prêmios mais valorizados e uma redução no preço do frete.

Isso rendeu uma alta de R$1 no interior e nos portos. Em algumas praças, o valor foi um pouco maior. Há sinal de produtores e empresas vindo ao mercado para a venda, porém, ainda de forma muito comedida. De acordo com Motter, o ritmo de negócios, de maneira geral, continua muito lento se comparado com os anos anteriores, o que justificaria o aumento dos prêmios.

Ainda precisa ser analisado se a falta de participação do produtor brasileiro irá fazer com que o país perca mercado para os Estados Unidos, que já encontra um mercado de demanda fora de época. O analista lembra que, no ano passado, isso ocorreu de forma bastante agressiva.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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