Relatório do USDA foi tão incoerente para soja que acabou ignorado pelo mercado em Chicago

Publicado em 11/04/2017 17:11
Oportunidades de negócios devem aparecer com mercado climático nos EUA, mas com oferta elevada, não dá para esperar reações significativas
Confira a entrevista de Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado

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Confira a entrevista com Valmir Brandalizze

 

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Nesta terça-feira (11), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou seu novo relatório, mas o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) colocou essas informações de lado ao final das operações. De acordo com o analista de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado refletiu os números divulgados e reverteu as posições, trabalhando com neutralidade em caminho de uma leve alta no fechamento. O Brasil também refletiu esse efeito, com R$0,50 a mais nos portos em relação ao início do dia. "Amanhã ninguém lembrará mais desse relatório", destacou o analista.

O fator fundamental a ser acompanhado pelo produtor neste momento, segundo o analista, são as condições de clima na Argentina e no sul do Brasil. Há riscos de chuvas torrenciais e granizo nas lavouras já prontas. Nos últimos dias, pode ter ocorrido perdas pontuais em função desses fenômenos. Por outro lado, os produtores também já começam a olhar a evolução do clima nos Estados Unidos, que será fundamental para a formação dos preços nos próximos três a quatro meses.

Uma pressão negativa para as cotações deve vir apenas se o mercado financeiro tentar forçar essas cotações para baixo. Nos fundamentos, o mercado já está bem consolidado, como lembra Brandalizze. A China também deve importar um volume maior, próximo das 90 milhões de toneladas, o que é altista do lado fundamental.

Brandalizze aponta que esse clima incerto pode gerar oportunidades de negócios nas próximas semanas. Há muitas divergências sobre a ocorrência de um El Niño ou La Niña no segundo semestre. Se o mercado saltar para US$10/bushel, ele recomenda os produtores a aproveitar este momento para a comercialização.

No mercado interno, os preços ainda podem sofrer algum ganho via dólar, motivados tanto pela votação de medidas fiscais postas em votação pelo Governo Federal como também pela chamada "Lista do Fim do Mundo", recém divulgada pelo relator Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa última notícia, em especial, poderá trazer novas movimentações para o câmbio a partir de amanhã.

Terminando a colheita, haverá uma pressão menor nos fretes, o que traz também condições de cotações melhores no interior. A partir de maio, o ritmo dos embarques, que deve diminuir, poderá trazer pressão positiva para os prêmios.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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