Produtor do RS conta em detalhes como consegue bater recordes de produtividade na soja
O atual recordista de produtividade de soja no Rio Grande do Sul, Vanderlei Neu, falou durante a palestra do prof. Telmo Amado na Expodireto Cotrijal, em Não-me-toque (RS), sobre o conjunto de práticas utilizadas na sua lavoura para alcançar os bons resultados.
Neu deu início ao plantio direto em 1993, trabalhando com a descompactação de solo e o plantio de aveia. No entanto, só a soja não seria responsável por sustentar essa rotação, já que ela não produz palha e não produz também um sistema radicular profundo. Com isso, 1/3 da lavoura de Neu é composta por milho e os outros 2/3, por soja.
O solo é coberto durante 365 por ano. O nabo forrageiro também é plantado como forma de aliviar a compactação que possa existir, auxiliando também no processo de calagem da lavoura. 30 dias após a emergência do plantio de inverno, que é o trigo, o calcário é aplicado com a ajuda de uma calhadeira e a água faz com que esse calcário consiga descer no perfil do solo, a partir da decomposição dos tubérculos do nabo. São 300 orifícios por metro quadrado - depois da aplicação de calcário, em questão de 60 dias já há partícula de calcário a 20 centímetros de profundidade.
A ideia de Neu é sempre chegar de 12 a 13 toneladas de palha por ano e 5 toneladas de raízes de diferentes profundidades e volumes de solo. De calcário, são cerca de 2,5 toneladas a cada dois anos.
Há 15 anos, o produtor também trabalha com o sulfato de amônio, que faz com que o cálcio, o magnésio e até mesmo o próprio fósforo desçam nas camadas mais profundas. O solo também é livre de alumínio e possui o enxofre distribuído uniformemente no perfil, com 40% de teor de argila.
A produtividade, para Neu, "a cada ano, é mais um troféu que se ergue". O recorde de produtividade alcançado foi de 102,7 sacas por hectare.