Fatores baixistas podem se sobrepor aos fundamentos positivos para os preços da soja na CBOT

Publicado em 10/01/2017 17:11
Fatores baixistas podem se sobrepor aos fundamentos positivos para os preços da soja nos próximos dias
Confira a entrevista de João Schaffer - Analista da Agrinvest

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Fatores baixistas podem se sobrepor aos fundamentos positivos para os preços da soja nos próximos dias

 

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O mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalhou com uma movimentação positiva nesta quarta-feira (10). De acordo com João Schaffer, analista da Agrinvest, a CBOT trabalha a questão climática da Argentina - o farelo de soja, por sua vez, tem uma alta expressiva, pelo país ser um dos principais exportadores.

As chuvas que ocorreram no último final de semana no país sul-americano inundaram regiões produtoras. As previsões para os próximos dias trazem mais chuvas acima de 100mm, o que faz com que o mercado pondere o risco.

Por outro lado, hoje a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a safra brasileira em 104 milhões de toneladas, um aumento de 2 milhões de toneladas em relação à última estimativa. Este aumento poderia mitigar o efeito climático na Argentina, com safra estimada em 56 milhões de toneladas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e quebra prevista de 2 milhões de toneladas, justamente a quantidade incrementada pela Conab. Quando este fator for absorvido pelo mercado, o peso da Argentina pode diminuir na formação de preços.

A substituição da origem das importações por parte da China também é um ponto de atenção para o momento. A demanda vira para a América do Sul, fator que é negativo para os preços de Chicago. Segundo Schaffer, a substituição de origem pode ser devido à proximidade da colheita brasileira. A China também teve uma queda de 50% nas suas margens de esmagamento, diminuindo um pouco do apetite observado anteriormente.

O line-up dos embarques brasileiros mostra um aumento de 500 mil toneladas nesta semana em relação à semana passada. O ritmo, no entanto, ainda é menor do que no ano passado: a comercialização está em torno de 37%, enquanto o mesmo período em 2016 já alcançava os 50%.

A China, por sua vez, também terá o Feriado Lunar, o que poderá trazer um recuo para as compras, com o mercado fechado por duas semanas. Com isso, uma alta nos preços pode ocorrer antes do feriado e na proximidade, começar a diminuir. Pelo balanço observado pelo analista, o único fundamento que apontaria para uma alta no momento é a questão argentina. "Se a queda não se consolidar, podemos ver as cotações para baixo", diz.

Com isso, ele diz que os produtores devem ficar atentos ao rally tanto da soja tanto do câmbio para realizar suas decisões.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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