Após 18 dias sem chuvas, soja já registra perdas em Bom Jesus (PI)
Os produtores rurais de Bom Jesus (PI) saíram da safra passada carregando uma quebra de 80% e já estão caminhando no ciclo atual projetando perdas nas lavouras plantadas em novembro. Mais ainda, a soja nova virá com menor tecnologia, com as dificuldades de acesso ao crédito. No quadro traçado por Abel Pietá, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bom Jesus, as chances de a situação geral ser mitigada são com a volta das chuvas com mais regularidade sobre as lavouras plantadas em dezembro.
A irregularidade das chuvas desde final de outubro foi determinando o andamento dos trabalhos, deixando lavouras em vários estágios, com maior impacto sobre a soja em florescimento e em estágio vegetativo. Em dezembro, segundo Pietá, as águas voltaram com certa normalidade, porém desde a metade do mês a intermitência retomou sua rotina.
Com essa situação, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais dessa região piauiense enxerga tanto o replantio de algumas áreas – o que acarreta mais custo – quanto o avanço da semeadura fora da janela ideal, que lá vai de 15 de novembro a no máximo a época do Natal. Abel Pietá diz que haverá produtores jogando as sementes na terra até aproximadamente 7 de janeiro, lançando mais incertezas sobre a produtividade.
Crédito e custeio
Enquanto os produtores de Bom Jesus ainda não conseguem dimensionar as perdas da safra 16/17, eles vão fazendo as contas. Os recursos para plantio chegaram tarde com a edição de MP 763 (renegociação da dívida dos produtores afetados pela seca no Norte e Nordeste) e “os bancos demoraram para liberar os recursos”, pegando, de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores, a maioria dos produtores “com o CPF negativado”, sobretudo pelos prejuízos da expressiva quebra da safra passada.
“Com certeza vai ser uma safra com menor tecnologia, já que tivemos que usar menos tudo”, complementa Pietá. Para aqueles que foram atrás da tradings para trocar a futura soja por insumos, tiveram um custeio mais salgado pela dolarização do fertilizante e adubo versus a negociação da saca na faixa de R$ 60,00 a saca.
Para Abel Pietá, não há mais o que fazer a não ser torcer para que as chuvas venham com regularidade e intensidade calibradas daqui para frente.
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José Aloisio Bom Jesus de Goiás - GO
Em Bom Jesus de Goiás não e diferente, há lugares na região com até 20 dias sem chuva! Na minha lavoura já estamos com 16 dias sem chuva!