Tendência segue positva para os preços da soja brasileira e nos portos, novo alvo é de 90 reais para safra nova até final do ano

Publicado em 25/11/2016 16:57
Movimento de alta na soja é estimulado pela demanda forte na China, incertezas na produção da América do Sul e câmbio
Confira a entrevista de Filipe Dawson - Economista da Apexsim

Nesta sexta-feira (25), mesmo com pregão reduzido, a Bolsa de Chicago (CBOT) teve mais um dia positivo para os futuros da soja. O primeiro vencimento se mostrou acima dos US$10,40/bushel, com alta de 12 pontos e o vencimento março, referência para a safra brasileira, acima dos US$10,50/bushel, subindo 11 pontos.

De acordo com Filipe Dawson, economista da Apexsim, a análise mostra uma semana bastante atípica em Chicago, com o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos nesta quinta-feira, mas o pregão já emenda uma sexta sessão em alta. Os fundamentos seguem a demanda, principalmente chinesa, o que deve continuar.

O relatório de vendas divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que 72% do volume da safra atual destinado à exportação já foi comprometido. Levando em conta a demanda interna americana, os chineses terão de passar a buscar a soja sul-americana.

O fator Trump também atua como elemento político e psicológico para o mercado. Os chineses, além de se abastecerem com a demanda necessária tanto para atender a um atual momento positivo de preços na China quanto para suprir as necessidades, sobretudo no mercado de proteína animal, também podem estar comprando para não assumir posteriormente um risco de quebra de relações com a posse do presidente eleito.

Por outro lado, o petróleo, que deverá ter sua produção limitada, também faz com que os substitutos se valorizem no mesmo ritmo, puxando, em consequência, a soja em grão. O economista aponta que "temos condições de ver a soja avançando".

No momento, as notícias também dão conta de um sinal de alerta para a região sul do país e para a Argentina em questões climáticas, que deverão passar por uma estiagem grande e falta hídrica no solo, o que pode influenciar a safra. A Argentina, por sua vez, também reduziu a área de soja, em detrimento de maior atratividade do mercado do milho.

Comercialização Interna

O momento atual do dólar é bom para os negócios, como avalia Filipe. O produtores que já negociaram parte de sua safra para garantir custos poderão ter boas remunerações com os movimentos da moeda americana nos próximos meses. O cenário político interno e também o cenário internacional podem levar o dólar a patamares entre R$3,65 a R$3,75, pela análise da Apexsim.

Desta forma, os preços no porto de Paranaguá também possuem uma tendência para chegarem a R$90. Esta tendência, que deveria se concretizar em fevereiro, de acordo com a análise, poderá ser antecipada, chegando a curto prazo.

Para o economista, o conselho para os produtores no momento é de que aqueles que ainda não participaram do mercado, devem procurar participar de alguma forma. Para aqueles que ainda possuem certa folga para negociar, dá para esperar um pouco mais e observar os movimentos da moeda e, consequentemente, dos preços.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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