Com 35% da área de soja no Brasil sob risco climático, produtor brasileiro adia vendas mesmo diante de altas do dólar e Chicago
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Com 35% da área de soja no Brasil sob risco climático faz produtor brasileiro adiar as vendas mesmo diante de altas do dólar e Chicago
Nesta quarta-feira (23), a Bolsa de Chicago (CBOT) apontou para mais um dia positivo para a soja, que chegou ao encerramento acima dos US$10,30 no vencimento janeiro/2017. Este fator indica uma tendência de alta para o mercado, que não encerrou nas máximas dos dias anteriores, mas manteve a tendência positiva.
De acordo com o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, o dia de hoje é atípico para os americanos, uma vez que se trata da véspera do Feriado de Ação de Graças, logo, muito se deve ao posicionamento dos fundos, já que o mercado retorna com o pregão completo apenas na próxima segunda-feira (28).
Por outro lado, esta é a quinta sessão de ganhos da CBOT, que já somou 50 pontos de alta desde a última quinta (17), mantendo uma arrancada expressiva. Ele lembra que a demanda continua consistente, sem sobressaltos, mas que o fator climático na América do Sul começa a ser precificado.
Concluída a safra norte-americana, os olhos se voltam para o continente sul-americano. O La Niña já começa a mostrar a sua presença no Brasil, mostrando uma inversão no clima, com baixo volume de chuvas no sul do país e mais chuvas para as áreas central e norte. "Vamos ter que acompanhar de perto. O mercado internacional está muito atento a isso e já começa a precificar perdas no Brasil", diz o analista.
Este cenário também gera dúvidas na hora de comercializar para o produtor brasileiro. "É uma postura lógica do produtor, que recua diante da possibilidade de que a produção se perca. Por outro lado, como ele também já esperou bastante tempo, agora, diante de um fato que pode culminar em uma perda e levar a uma elevação dos preços, o produtor observa para ver o que vai acontecer", aponta.
As exportações tiveram melhora nos preços - saltando de R$72 para R$75 no oeste do Paraná, embora os prêmios tenham cedido, o que "podou a alta de Chicago", limitando os ganhos externos. Mas, de maneira geral, os preços para a exportação evoluíram melhor em reais. Os preços para a indústria giram em torno de R$74 a R$74,50 no oeste do Paraná, uma vez que as margens de esmagamento continuam ruins.