Aiba contesta dados do estudo sobre a limitação de expansão de área para a produção de grãos na região do Matopiba
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Aiba contesta dados do estudo sobre a limitação de expansão de área para a produção de grãos na região do Matopiba
O presidente da Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia), Julio Cézar Busatto, contestou os dados do estudo sobre o potencial limitado da expansão de áreas da região do Matopiba (que compreende o bioma Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) realizado pela consultoria Agroicone. As informações foram reportadas pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (21).
De acordo com o levantamento da consultoria, a região citada teria apenas 2,8 milhões de hectares de pastos com condições ideais similares para o cultivo de grãos. Porém, a liderança reforça que, apenas no Oeste da Bahia são mais de 3 milhões de hectares disponíveis para o plantio de grãos, que respeita as normas do Código Florestal vigente .
“Foi uma surpresa muito grande essa matéria, pois a empresa responsável não conhece a região e com certeza está usando uma base de dados que não está correta. É preciso considerar que nos últimos cinco anos sofremos com a influência do El Niño, assim como aconteceu no final da década de 1950. Situação que foi agravada na safra passada e resultou em perdas. Ainda assim, em áreas consolidadas ainda tivemos uma produtividade próxima de 50 sacas de soja por hectare”, destaca Busatto.
Ainda na visão do presidente da entidade, os produtores que tiveram mais perdas foram os que investiram em aberturas de áreas. “Isso porque, na região, os solos são pobres em matéria orgânica e precisam de 4 a 5 anos de investimentos para resistir aos veranicos, mas já sabemos disso de longa data. Contudo, esse é um cenário que não representa a maioria dos produtores da região”, completa.
Somente no caso da soja, a Bahia deverá cultivar entre 1,5 milhão a 1,6 milhão de hectares nesta temporada, conforme dados levantados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Com isso, a produção da oleaginosa deverá ficar entre 4,6 milhões a 4,7 milhões de toneladas na safra 2016/17.
“Há 30 anos não plantávamos nada nas áreas de cerrado no estado e hoje, nosso cultivo é de 2,2 milhões de hectares nessa área. Somos responsáveis por 4% de que o Brasil produz em grãos e fibras, mas também sabemos que o negócio é um risco e precisamos de um seguro agrícola eficiente. Uma saída para que o agricultor não banque a produção brasileira a custo das suas terras”, reforça Busatto.
Irrigação
Além disso, o presidente da Aiba destaca que no Oeste do estado há um potencial de irrigação para mais de 500 mil hectares. “Para essa safra, a orientação é diminuir o investimento em áreas novas devido aos riscos e aumentar a irrigação”, diz.
Entretanto, ainda serão necessários mais três anos para que haja recuperação na rentabilidade dos produtores da região, ainda conforme acredita a liderança. “Estamos mais otimistas com essa safra, finalizamos o plantio da soja e as chuvas parecem que voltaram ao normal. No ano passado, estávamos amargando um replantio ao redor de 8% na área. Precisamos capitalizar os produtores e avançar no crescimento”, finaliza a liderança.
Clique aqui e confira a nota de esclarecimento da Aiba