Com mudança de patamar do câmbio, margem de lucro em março para soja no Paraná já é maior que a média de 2016
Nesta quinta-feira (17), a bolsa de Chicago (CBOT) caminha próxima ao fechamento com altas de 4 a 5 pontos para o mercado da soja, indicando uma tendência de patamar entre os US$9,80 e US$10,20 por bushel nos principais vencimentos.
De acordo com Marcos Araújo, analista da Lansing Trade Group, as margens de esmagamento positivas, tanto na China quanto nos Estados Unidos e os estoques baixos de farelo de soja fazem com que a demanda americana fique sustentada. "Isso dá um suporte para as cotações, auxiliado por uma forte queda dos prêmios nos Estados Unidos", diz o analista, que aponta que "Chicago não tem muito espaço para estar caindo".
Por outro lado, há uma preocupação maior em relação à Argentina, que está com o plantio atrasado por conta de chuvas, mas como a previsão para os próximos 15 dias é de um clima mais seco no país, este fator deve se dissipar. A safra sul-americana deve colocar 175 milhões de toneladas de soja no mercado, um aumento de 10 milhões de toneladas, o que levará também a um aumento da produção mundial em si, de 22 milhões de toneladas, o que pode fazer o mercado ficar seguro das ofertas neste momento.
Os preços baixos, por sua vez, devem motivar a demanda, gerando uma tendência de um mercado bastante equilibrado com a demanda nos próximos meses. Os meses de janeiro e fevereiro serão decisivos para dar o tom da produção sul-americana, que é o fator chave do mercado neste momento.
Segundo a Informa, também há uma expectativa de aumento de área de soja para a próxima temporada americana, de 1,9 milhões de hectares. Para o analista, isso também deve trazer uma limitação de alta para a soja neste momento.
No Brasil, com o patamar do dólar em mudança, o analista aconselha os produtores a analisarem se o preço do grão final é remunerador para suas atividades em particular. Há uma alta de 11% no preço da soja para o sojicultor paranaense em relação ao início do ano. Ele aconselha ainda que os produtores também dediquem mais tempo à comercialização dos grãos e ao mercado da soja em geral.
"Para produtor, ano bom é aquele ano que tem lucro. Portanto, ele tem que ter em mente os mecanismos de gerenciamento de preços", diz.