Plantas daninhas podem comprometer até 70% da produção numa lavoura. Buva e Amargoso estão entre as mais resistentes

Publicado em 28/09/2016 12:34
Plantas daninhas voltaram a ser problema nas lavouras em todo o país nos últimos 5 anos. Espécies se tornaram resistentes ao glifosato

As plantas daninhas, que no passado eram um problema para a produção agrícola no país, voltaram a tomar contornos preocupantes nos últimos cinco anos.

Adquirindo resistência aos herbicidas nos últimos anos, o controle dessas plantas tem se tornado cada dias mais difícil. Na soja, por exemplo, as plantas daninhas [como a buva e o amargoso] podem comprometer até 70% da produção.

O pesquisador da Embrapa Soja, Fernando Adegas explica que as ervas daninhas são um "problema sério devido à competição que essas plantas têm com as culturas e também pelo aumento de custos".

Segundo ele, o gasto com o controle das invasoras pode aumentar os custos em até 400%. Além disso, a presença das plantas no momento da colheita pode prejudicar a qualidade dos grãos final.

Cobertura de solo, manejo mecânico e rotação de culturas estão entre as principais práticas de controle das daninhas. "O combate eficiente são aqueles que garantem perda zero na cultura", acrescenta Adegas.

Em contrapartida, o pesquisador afirma que é comum os produtores tomaram medidas para remover as plantas daninhas próximo ao início da safra, fazendo através de químicos. Segundo ele, esse tipo de medida - se feita incorretamente - pode encarecer ainda mais os custos de produção.

Além do aumento nos gastos, o uso continuo de um único produto pode causar resistência das plantas a determinadas moléculas. Por isso, Adegas ressalta a importância da rotação dos herbicidas em conjunto com outros mecanismos de controle.

De forma preventiva os produtores devem ficar atentos à permanência das plantas daninhas entre as safras [fator que indica resistência], e a presença delas em propriedades vizinhas que podem ser propagadas.

Veja também:

MS: Capim-amargoso é de um dos maiores problemas do estado e Fundação MS lidera campanha para controle e manejo

A Fundação MS realizou uma pesquisa buscando o fim do capim-amargoso. Esse é o maior problema para os produtores do estado, tem causado inúmeros prejuízos e ainda exige altos custos para seu controle.  

Sob a liderança do engenheiro agrônomo Dr. José Fernando Jurca Grigolli, que é também pesquisador de fitossanidade, os ensaios foram conduzidos, como explica a fundação, em estações experimentais credenciada no Ministério da Agricultura e os resultados foram obtidos em situações também experimentais. 

No link abaixo, confira detalhes do estudo e as principais conclusões alcançadas, além dos desafios maiores que a entidade já começa a identificar como a implantação de um consórcio anti-amargoso, além do manejo das plantas daninhas e da resistência elevada adquirida pelas plantas aos herbicidas. Veja mais:

>> Campanha Fim-do-Amargoso: Manejo e Controle

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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