Colheita da soja chega a 40% em Rio Verde (GO) e produtividade média gira em torno de 55 scs/ha

Publicado em 18/02/2016 09:53
Após dois anos de quebra na safra, produtores esperam colher boa produção nesta temporada. Clima tem contribuído para o avanço dos trabalhos nos campos. No milho, área da safrinha deverá ser mantida e cerca de 40% da produção já foi negociada antecipadamente. Cobrança de ICMS de exportação de soja e milho pode afetar a competitividade dos produtores do estado.

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Colheita da soja chega a 40% em Rio Verde (GO) e produtividade média gira em torno de 55 scs/ha

 

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Depois de dois anos consecutivos de quebra na produção agrícola, os produtores rurais de Rio Verde (GO) apostam em uma boa safra para essa temporada. Com o clima favorável, cerca de 40% da área cultivada com a soja já foi colhida e a produtividade média do grão gira em torno de 55 sacas por hectare, alcançando até 62 sacas por hectare em algumas propriedades.

O assessor técnico do sindicato rural do município, Alexandre Câmara, ressalta que o cenário é decorrente das condições climáticas favoráveis neste ciclo, mas também do profissionalismo por parte dos agricultores. “E não há problemas de atraso na colheita. Está tudo correndo bem, tanto com a safra de verão, como com a safrinha”, afirma.

Em relação à comercialização, o assessor sinaliza que em torno de 90% da produção de soja já foi negociada. “Boa parte do sistema de financiamento das lavouras utiliza parte do crédito oficial, mas também temos trocas que já foram feitas. E tivemos contratos entre R$ 55,00 até R$ 58,00 a saca da soja fechados anteriormente, o produtor acabou aproveitando os picos nos preços”, completa.

Safrinha de milho

Para a segunda safra as perspectivas também são otimistas. A área deverá ser mantida e investimento em tecnologia deverá ficar entre médio e alto padrão. “Se tudo caminhar como já tem acontecido teremos uma produção volumosa e produtividade acima das médias históricas. Porém, não podemos nos esquecer do grande gargalo no sudoeste do estado que é a logística”, sinaliza o assessor.

No caso da comercialização, os produtores também realizaram negócios antecipados na região, que supera os 40% na localidade. “Os produtores mais capitalizados buscam melhor relação de troca, no entanto, o dólar ainda segue como uma incógnita”, acredita Câmara.

Tributação de ICMS

Outro assunto que tem sido discutido recentemente é a mudança no código tributário que obriga que parte do volume de soja e milho destinado à exportação fique no estado e pague ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). “Nós repudiamos qualquer tipo de tributação em cima do setor produtivo, que é o setor que tem mantido a economia brasileira, garantindo o superávit primário da balança comercial. O que nos causa estranheza é o governo estadual tributar a principal pauta de exportação do estado, milho e soja. Querendo arrancar do setor produtivo uma coisa que nós já não temos que é competitividade”, diz Câmara.

Diante desse cenário, as lideranças do estado ligadas ao agronegócio buscam pautas jurídicas para determinar a inconstitucionalidade da medida, conforme ainda relata o assessor. “Tivemos um grande avanço para evitar a guerra fiscal dos estados que é a lei Kandir, que isenta a tributação de milho e soja”, fala.

De acordo com informações do site da Agência Senado, a lei Kandir regulamentou a aplicação do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Transformou-se na Lei Complementar 87/96, que já foi alterada por várias outras leis complementares.

Uma das normas da lei é a isenção do pagamento de ICMS sobre as exportações de produtos primários e semielaborados ou serviços. “Buscamos um diálogo com os governos estadual e federal, não é hora de enfrentamento é hora de dialogar”, conclui o assessor. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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