Com clima irregular, produtores de Bom Jesus (PI) já projetam quebra de 20% na produção de soja
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Com clima irregular, produtores de Bom Jesus (PI) já projetam quebra de 20% na produção de soja
Segundo presidente do sindicato dos trabalhadores rurais do município, Abel Pieta, a falta de luminosidade no mês passado também afetou o crescimento das plantas. “A colheita já está comprometida nesta safra. E para concluir a produção ainda teremos que ter chuvas alongadas até maio, especialmente em abril, quando as lavouras estarão, em sua maioria, na fase de enchimento de grãos”, destaca.
Normalmente, a localidade não costuma receber muitas chuvas no período. “Em janeiro tivemos muitas chuvas, mas agora, as precipitações já diminuíram. E o receio é que quando volte a chover, chova em excesso”, explica o presidente. Em relação aos contratos feitos anteriormente, a liderança ainda sinaliza que ainda não há uma preocupação com o cumprimento dos contratos.
“Fechamos muitos contratos para 30 de maio. O único medo é não atingir os contratos, mas teremos que aguardar o comportamento do clima. Atualmente, a saca da oleaginosa é cotada entre R$ 68,00 a R$ 70,00 na região, mas precisaríamos de valores acima desses patamares para cobrir os custos de produção”, ressalta Pieta.
Além disso, com a dificuldade na semeadura da soja, em torno de 15% dos produtores acabaram migrando para o cultivo do milho na safra de verão. Por enquanto, as lavouras apresentam boas condições e a perspectiva é de uma produtividade próxima de 150 sacas do grão por hectare. Já os preços giram em ao redor de R$ 38,00 a R$ 44,00 a saca do cereal.
Safrinha de milho
Apesar dos preços elevados, a expectativa é que haja uma redução da área semeada com o milho na segunda safra e uma diminuição nos investimentos em tecnologia. Cenário decorrente do estreitamento da janela ideal de semeadura do grão, mas também dos altos custos de produção, conforme sinaliza o presidente.
“Na área geral, apenas 10% será cultivada com milho. Após a colheita da soja, os agricultores devem investir em milheto, feijão ou até mesmo o sorgo. Com isso, orientamos que os produtores fiquem atentos ao mercado para fechar os negócios”, finaliza Pieta.