Com quebra de 15% na produção de soja, Sorriso (MT) decreta estado de emergência
Devido à quebra na produção de soja nesta temporada, ao redor de 15%, o município de Sorriso (MT) decretou estado de emergência. A seca no ano passado acabou afetando mais de 20% dos produtores da região, com isso, a produtividade média das lavouras gira em torno de 49 sacas do grão por hectare. Em alguns casos, os agricultores conseguem uma média abaixo de 30 sacas por hectare.
De acordo com o presidente do sindicato rural da cidade, Laércio Pedro Lenz, a medida tem como objetivo dar suporte aos produtores que sofreram com o clima irregular nesta temporada. “Certamente, muitos não irão conseguir cumprir os contratos feitos anteriormente, muito menos os compromissos com o custeio e as traders”, afirma.
Frente a esse quadro, os agricultores devem procurar os agrônomos e realizar laudos das perdas nas lavouras, conforme orienta e liderança sindical. “Acredito que a maioria já tenha feito. E depois nós passamos essa documentação para os bancos e traders quando nos solicitam”, explica Lenz.
Colheita
Até o momento, pouco mais de 44% da área plantada nesta safra foi colhida. E, por enquanto, não há preocupações com as chuvas. Já em relação à comercialização, o presidente ainda destaca que cerca de 60% da produção foi negociada, porém, os negócios caminham lentamente nesse instante.
Milho safrinha
A janela ideal de plantio para o cereal termina no final dessa semana, mas os produtores não irão conseguir finalizar o trabalho no campo, em função do atraso registrado com a cultura da soja. Ainda assim, a perspectiva é que a área destinada ao plantio do cereal seja a mesma do ano passado, de 420 mil hectares.
“No entanto, o investimento em tecnologia será menor. E juntamente com a semeadura do milho fora da janela, acreditamos em um rendimento mais baixo nesta safra. Outro fator que também estamos observando é que a chuva ainda está irregular em áreas que sofreram com a falta de precipitação com a soja, o que pode gerar um prejuízo duplo para esses produtores”, ressalta Lenz.
No caso da comercialização do cereal, o presidente ainda sinaliza que negócios foram feitos, mas com a incerteza em relação ao rendimento a comercialização está lenta. “O produtor está mais cauteloso e vendeu a níveis baixos. A orientação ainda é de cautela, temos uma insegurança política e econômica grande e não sabemos o que irá acontecer no mercado financeiro”, finaliza Lenz.