Lavouras de soja estão em fase de enchimento de grãos em Lagoão (RS) e perspectiva é de quebra na produtividade de 20%

Publicado em 12/02/2016 10:15
Plantações da oleaginosa sofreram com o excesso de chuvas no início do plantio e com a estiagem e altas temperaturas em janeiro. Chuvas continuam irregulares e podem elevar as perdas na safra. Produtores que colheram em média 70 scs/ha na temporada passada podem colher 25 scs/ha nesta safra. Preços giram em torno de R$ 72,00 a R$ 73,00 a saca do grão na localidade.

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Lavouras de soja estão em fase de enchimento de grãos em Lagoão (RS) e perspectiva é de quebra na produtividade de 20%

 

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Em Lagoão (RS), as lavouras de soja estão em fase de enchimento de grãos e para essa safra, a projeção é de uma quebra ao redor de 20% na produtividade das plantações. A estimativa é decorrente do clima bastante irregular desde o início da semeadura do grão. Inclusive, as perdas podem ser ainda maiores caso as chuvas permaneçam desuniformes na localidade.

O produtor rural do município, Rudinei Luis Erpen, explica que no início dos trabalhos nos campos, a preocupação foi com o excesso de chuvas. “Tivemos muitas chuvas no mês de novembro, período ideal de plantio para a soja. E, depois do cultivo, começamos a ter problemas com a germinação de plantas, fungos de solo e mortandade de plantas”, afirma.

Depois das chuvas, veio o tempo seco e as altas temperaturas registradas em janeiro desse ano. “Só que o sistema radicular da soja tinha água em abundância e quando começou a faltar a planta se entregou. As lavouras sofreram muito, o que acabou comprometendo o potencial produtivo das plantações”, relata Erpen.

Na época, grande parte das lavouras estava em início de floração e abortaram muitas flores e também o canivete. “A faixa central do estado foi a mais afetada, tenho alguns vizinhos que estimam colher ao redor de 25 sacas de soja por hectare nesta safra, contra as 70 sacas por hectare da temporada anterior. E as chuvas seguem irregulares, só tivemos pancadas de chuvas até o momento”, completa o produtor.

Pragas e doenças

Apesar do clima adverso, o produtor ressalta que em relação à sanidade das lavouras ainda não há preocupações por parte dos agricultores. A pressão da ferrugem asiática, uma das grandes apreensões, foi menor nesta safra, em função do clima mais seco registrado recentemente.

“Além disso, a utilização de produtos mais eficientes também contribuiu para esse cenário. Mas temos focos da doença na região desde o final de 2015 e, caso volte a chover poderemos ter algumas perdas”, alerta Erpen.

Comercialização

Atualmente, a saca da soja é cotada a R$ 72,00 a R$ 73,00 na localidade. Porém, devido aos elevados riscos climáticos, os produtores rurais do estado não têm tradição em fechar muitos negócios antecipados.  “Em 2004, tivemos muitos agricultores que não conseguiram cumprir os seus compromissos, pois colheram entre 10 a 15 sacas de soja por hectare. 2012 também tivemos produtores colhendo entre 7 a 10 sacas por hectare, então fica difícil fazer esse contrato”, diz o produtor.

Ainda assim, Erpen sinaliza que para cobrir os custos de produção, que subiram mais de 27% nesta temporada, a saca da soja precisaria ser negociada a patamares mais altos, entre R$ 75,00 a R$ 78,00. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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