Excesso de umidade e falta de luminosidade comprometem o desenvolvimento da cultura da soja em Cruz Alta (RS)
Na região de Cruz Alta (RS) o excesso de umidade e a falta de luminosidade têm prejudicado o desenvolvimento das lavouras de soja. Com o solo encharcado, qualquer chuva mesmo que de baixo volume, causa o escorrimento superficial no solo e afeta as plantas.
Segundo o presidente do sindicato rural, Adão Fernando Carpes, no acumulado das últimas semanas o volume de chuvas no município chega a 300 mm o que prejudica o crescimento e a realização da fotossíntese pelas plantas. Além disso, "o excesso de chuva impede que os produtores façam a aplicação preventiva de fungicidas", explica.
De acordo com o Consórcio Antiferrugem o estado do Rio Grande do Sul já registrou a ocorrência da doença em 28 áreas comerciais até janeiro de 2016. Os casos registrados de ferrugem asiática em lavouras de soja no Brasil mais do que dobraram no último mês, com os focos concentrados no Sul do país, onde as chuvas têm sido acima da média histórica em função do fenômeno El Niño.
Esse cenário também deve influir sobre os custos de produção, que nesta temporada já chegam a 35%, e no rendimento das lavouras. Com o clima adverso a tendência "é de produzir menos que o ano passado, porque a soja precisa de luminosidade", ressalta Carpes afirmando que a projeção inicial é de 50 sacas por hectare.
Preços
Paralelamente, os preços da saca da soja ainda são remuneradores. De acordo com Carpes atualmente as cotações variam entre R$ 80,00 a R$ 75,00/sc, e "se manter os patamares de R$ 80,00 ainda é possível ter lucratividade, mas a margem caiu bastante porque os custos de elevaram muito", destaca.
Além disso, nesta temporada os produtores realizaram um volume maior de comercialização antecipada, aproveitando os níveis de R$ 75,00/sc, e fixando cerca de 40% da produção.
"A preocupação agora é se teremos a produção de 50 sacas por hectare, já que os produtores já venderam em média 30 sc/ha", alerta o presidente.