Em Santa Rosa Del Monday (PY), produtores seguem atentos às chuvas que podem afetar a colheita da soja

Publicado em 05/01/2016 09:30
Na região, colheita deve ganhar ritmo a partir da próxima semana. Com o excesso de umidade, agricultores tiveram dificuldades em controlar a ferrugem asiática na localidade. Produtores também estão preocupados com o acesso ao crédito em 2016. Preço da tonelada da soja está próximo de US$ 265 e deixa margem bastante ajustada.

 

 

As chuvas continuam preocupando os produtores rurais de soja de Santa Rosa Del Monday (PY). Isso porque, a colheita do grão deve ganhar ritmo a partir da próxima semana e as precipitações podem atrasar os trabalhos nos campos ou, até mesmo, impactar a produtividade das lavouras.

Ao longo de todo o desenvolvimento da cultura, as chuvas apareceram e favoreceram o aparecimento da ferrugem asiática nas plantas. Segundo o produtor rural da região, Márcio Giordani Mattei, muitos agricultores enfrentaram dificuldades para entrar nas áreas e realizar o controle da doença frente ao excesso de umidade.

Paralelamente, a escassez de crédito fez com que alguns produtores ficassem sem recursos e, consequentemente, investissem em produtos com preços mais baixos. “Com isso, o controle da doença não foi tão eficaz. Nesses casos, a produtividade das lavouras pode cair, já para os agricultores que não tiveram esses problemas, o rendimento deve ficar dentro da normalidade, próximo de 3 mil quilos por hectare”, explica Mattei.

Preços

Em contrapartida, os preços da tonelada da oleaginosa mais baixos deixam os produtores apreensivos. Atualmente, a tonelada é cotada próxima de US$ 265 e deixa uma margem ajustada, conforme ressalta o produtor. “A rentabilidade e a liquidez será praticamente zero nesta temporada”, completa.

Além disso, Mattei destaca que a dívida agrícola do país está em torno de US$ 3,2 milhões. “E mesmo se colhermos cerca de 10 milhões de toneladas de grãos, ainda ficará uma dívida grande para trás. E ainda teremos que plantar milho, trigo e em setembro iremos cultivar a soja novamente. Estamos entrando em 2016 com foco na próxima campanha, pois vai ficar ainda mais complicada a situação. Se não tivermos ao crédito ficará difícil fazer uma programação de trabalho”, relata.

Ainda segundo o produtor rural, o Banco Central do Paraguai já autorizou o refinanciamento das dívidas em até 10 anos, porém os bancos ainda seguem cautelosos.  “O cenário cria um stress muito grande aos produtores e precisamos buscar uma solução para esse problema. Caso contrário, poderemos ter uma redução nos investimentos em tecnologia, principalmente em adubos. O agricultor terá fazer mágica para produzir com custo baixo”, finaliza Mattei.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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