Produtos protetores com ações múltiplas sobre os fungos são novas ferramentas a serem incorporadas ao manejo de grãos
Muitos defensivos agrícolas que tinham eficiência no passado começaram a demonstrar resistência a várias doenças, entre elas, a ferrugem asiática.
Nesse sentido, as pesquisas buscam formas de antecipar ou minimizar esses problemas. Segundo Ivan Pedro, pesquisador da fundação Mato Grosso, existem muitos aspectos que influenciam na incidência de pragas e doenças, como o manejo integrado, controle químico, recomendações do vazio sanitário, escolha do cultivar, entre outros.
No que se refere ao controle químico, os fungicidas protetores têm aparecido como alternativa eficaz no controle de doenças, especialmente da ferrugem da soja. Esses produtos "são caracterizados por ser de amplo espectro, ou seja, atuam em vários pontos do fungo", explica o pesquisado.
Além disso, os produtos de contato comparados aos sistêmicos apresentam menores chances de desenvolver resistência à doença, justamente por agir em várias células do fungo.
"Muitas vezes esses fungicidas conseguem melhorar não só a questão do desempenho no controle, mas também conseguem maiores ganhos de produtividade. Mas o beneficio não é só esse, quando pensamos em manejo integrado de produtos, associando produtos protetores aos sistêmicos, nós estamos prolongando a tempo útil dessas moléculas no mercado", afirma Pedro.
"Os fungicidas protetores vêm no sentido de ajudar e somar aos produtos sistêmicos que já estão no mercado. Um não anula o outro, e não elimina a atuação do outro, são ferramentas adicionais", lembra o pesquisador.
Outro aspecto, é que o desenvolvimento de novas moléculas no Brasil é lento e burocrático, por isso a importância de produtos que potencializam a atuação de princípios ativos já existentes.