Em Cristalina, metade da área de soja já foi colhida e produtividade das áreas irrigadas passa de 75 sacas por hectare
Na região de Cristalina (GO), mais de 50% da área de soja já foi colhida com produtividade acima do esperado. Nas regiões de sequeiro, mesmo a o déficit hídrico, a produtividade alcançou as 42 a 45 sacas por hectare, já nas áreas irrigadas (55 mil hectares) fica entre 75 e 80 sacas por hectare.
Inicialmente, "a projeção para área de sequeiro era de 50 sacas, somando uma perda de 10% a 15%". Contudo houve perdas mais significativas no caso dos produtores que arriscaram com a variedade precoce, que sofreu com um grande período estiagem, explica Alécio Maróstica, presidente do sindicato rural.
No caso da cultura do milho, as lavouras em áreas de sequeiro tiveram quebra de 30% resultando uma produção de 85 a 100 sacas por hectare. No entanto, as áreas irrigadas "apresentaram uma produção surpreendente de 170 sacas o hectare", afirma Maróstica.
Para a safrinha, os produtores da região pretendem aumentar o volume de áreas irrigadas a fim de conseguir "irrigar quando não chover. Essa modelo utiliza menos água e garante uma boa produtividade", explica o presidente.
No entanto, com a finalização da colheita os produtores começam a se preocupar com a comercialização, haja vista a valorização do dólar. "Isso dá um ganho ao produtor porque o produto dele é vendido a um preço melhor. A soja hoje está batendo à casa dos R$ 60,00 a saca, e o milho variando entre R$ 23,00 e R$ 25,00, um valor que remunera o produtor", considera Maróstica.
Contudo, não será possível fazer reservas, pois o preço dos insumos para a próxima safra está muito elevado, em função da desvalorização do real. Neste ano, os valores praticados devem cobrir os custos de produção, porém para Maróstica, não há garantia de renda para quitar investimentos.
Outra preocupação é com o produtor rural que fez suas dividas em dólar, casos pontuais, que devem ser avaliados para que o agricultor consiga pagar seus empréstimos.