Safra 2014/15: Em Santo Ângelo (RS), produtores iniciam a colheita do milho; lavouras de soja apresentam boas condições
Na região de Santo Ângelo (RS), os produtores rurais iniciaram a colheita do milho. E as primeiras produtividades na área de sequeiro, giram em torno de 80 a 90 sacas por hectare. Já nas áreas de pivô, o rendimento médio das lavouras está entre 180 a 200 sacas do grão por hectares.
Para o presidente do Sindicato Rural do município, Claudio Duarte, a produtividade pode ser considerada boa para a região. Porém, a preocupação é com a baixa comercialização do grão. Diante dos preços mais baixos, entre R$ 23,50 a R$ 24,00 a saca no balcão e entre R$ 25,50 e R$ 26,00 no disponível, os negócios caminham em ritmo lento.
“Temos um custo entre 65 e 80 sacas de milho por hectare, nas áreas irrigadas o custo é bem maior. E os produtores esperam negociar o produto entre R$ 26,00 a R$ 27,00 no balcão e no disponível a R$ 30,00 a saca. Assim conseguiríamos reduzir o percentual dos custos”, destaca o presidente.
Além disso, com o avanço da colheita, os agricultores estão fazendo uma safrinha de soja ou milho na localidade. O presidente explica que depois da colheita dessa safrinha, os agricultores irão fazer a safra de inverno. E, por enquanto, a estimativa é de uma redução na área com o trigo devido à safra anterior que registrou perdas expressivas em função do excesso de chuvas.
“O produtor está bem desmotivado. Não tivemos qualidade, nem produtividade na safra passada e tivemos que recorrer aos seguros. Isso sem contar, a demora das seguradoras em nos atender, teve alguns casos de agricultores que ficaram mais de 24 dias esperando para receber o engenheiro agrônomo e fazer a avaliação. Muitos produtores deverão investir em outros tipos de cultivares”, destaca Duarte.
Soja
As condições das lavouras de soja são boas na em Santo Ângelo. Durante o desenvolvimento da cultura, alguns produtores enfrentaram problemas com o vigor das sementes. Cenário decorrente da seca que afetou a produção da localidade na temporada anterior.
Em relação à Helicoverpa, o presidente sinaliza que, aos poucos, os agricultores têm conseguido fazer o controle da praga e conviver com a praga. Já os preços giram em torno de R$ 59,00 a R$ 60,00 no balcão e entre R$ 65,00 a R$ 66,00 no disponível. “Acho que os preços ainda são favoráveis”, ressalta o presidente.
Fundo Rural
Após o Tribunal Superior de Justiça tem dado uma liminar extinguindo a contribuição do fundo rural dos trabalhos rurais, fixado em 2,5% de qualquer negociação, os produtores poderão ter receber todo o valor recolhido nos últimos cinco anos. “Nós entramos com uma liminar e desde 2013, os agricultores não precisam mais pagar a taxa. Nos municípios de Giruá, Santiago, Cruz Alta e Tapes também. E agora o governo federal terá que devolver o dinheiro aos produtores”, finaliza Duarte.