Desafios climáticos podem impactar produtividade do milho no Sul e Centro-Oeste

Publicado em 01/04/2025 11:37 e atualizado em 01/04/2025 13:33
Especialista aponta perspectivas positivas do ponto de vista climático para o Mato Grosso
Ronaldo Palmeira - Diretor da AtmosMarine

A safra do milho safrinha de 2025 enfrentará condições climáticas desafiadoras nas principais regiões produtoras do Brasil. Enquanto o Sul pode registrar déficit hídrico devido à irregularidade das chuvas em algumas áreas, o Centro-Oeste terá um cenário contrastante, com algumas regiões recebendo volumes de precipitação acima da média, o que pode favorecer a lavoura, mas também aumentar o risco de doenças.

No Sul, a preocupação principal é com a baixa umidade e temperaturas elevadas, fatores que podem comprometer o desenvolvimento da cultura, principalmente nas fases de pré-pendoamento e polinização. “Esses estágios são críticos para o milho, pois qualquer estresse térmico e hídrico pode reduzir a produtividade da lavoura de forma significativa”, explica Luiz do Carmo, meteorologista da AtmosMarine.

Já no Centro-Oeste, estados como Mato Grosso e Goiás devem ter volumes de chuva ligeiramente superiores, beneficiando as plantações sem irrigação. Por outro lado, o excesso de umidade pode favorecer o surgimento de doenças fúngicas, exigindo um monitoramento rigoroso do manejo fitossanitário. “É um equilíbrio delicado: enquanto a umidade é essencial para o desenvolvimento da cultura, o excesso pode trazer desafios adicionais, como o aumento da incidência de doenças”, alerta Luiz.

No Mato Grosso do Sul, as previsões indicam um período mais seco, aliado a temperaturas acima da média, o que pode comprometer o rendimento final da safra. “Temperaturas superiores a 35°C, combinadas com déficit hídrico, podem reduzir a produção de pólen e inviabilizar a fertilização da planta, afetando diretamente a formação dos grãos”, completa o meteorologista.

Diante desse cenário, a recomendação é que os produtores fiquem atentos às previsões meteorológicas e adotem estratégias para minimizar os impactos do clima. “A escolha de híbridos mais resistentes ao calor, um planejamento eficiente do manejo nutricional e um monitoramento constante da lavoura serão fundamentais para garantir bons resultados nesta safra", finaliza o especialista.

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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