Argentina tem 1º dia com novo 'dólar agro' contemplando o milho, porém, expectativas são limitadas pelo pouco volume disponível de produto no país após a seca
As expectativas de negócios com o novo 'dólar agro' na Argentina, que desta vez contempla o milho, são limitadas. O volume de grãos disponível para exportação não é muito abundante em função da seca do ano passado - que resultou nas piores safras de soja e milho da história do país - e há alguns meses o que se viu foi uma proibição das exportações do cereal, como explicou Sebastian Gavalda, diretor executivo da Globaltecnos, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Desde que foi anunciada, a medida já foi duramente criticada pelas associações de classe e pelo setor de uma forma geral, porém, impostas pelo governo para a geração de divisas e possibilidade de cumprimento de seus compromissos financeiros com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Mais do que isso, por ser um grão muito ligado ao consumo interno, em especial pelos setores de proteínas animais, gera ainda mais reações, uma vez que poderia impactar nos custos de produção, nos preços dos alimentos para o consumidor final e, consequentemente, na já recorde inflação do país sul-americano.
No entanto, o sentimento é de que o produtor venderia o mínimo necessário para saldar algumas contas, mas vai segurar para "guardar valor", ainda segundo Gavalda, já que o câmbio livre passa de 500 pesos e ele poderia ter melhores oportunidades mais a diante. "O governo estabeleceu um 'máximo' de 26 milhões de toneladas, porém já há cerca de 15 milhões de toneladas comprometidas, deixando outras 11 milhões para serem exportadas. Vamos ver se isso se cumpre", afirma o executivo argentino.