Renato Dias: Governadores querem mais dinheiro, mas Paulo Guedes responde que "só se puder vender mais estatais"

Publicado em 25/03/2021 16:00 e atualizado em 25/03/2021 17:15
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Bolsonaro volta a criticar governadores e diz que desemprego parte de quem pratica lockdown

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, nesta quinta-feira, governadores e prefeitos que têm decretado medidas restritivas para conter a circulação do coronavírus no pior momento da pandemia no Brasil, um dia após ter anunciado a criação de um comitê para definir ações do combate à Covid-19 em coordenação com os governadores.

"O desemprego, o fechamento de empresas, parte diretamente de quem pratica o lockdown. Fazemos e faremos tudo possível para manter empregos", disse Bolsonaro em discurso durante cerimônia de anúncio de apoio financeiro a Santas Casas.

Bolsonaro citou medidas econômicas adotadas pelo governo para apoiar as empresas afetadas pela pandemia, e mencionou especificamente o setor de bares e restaurantes, "que tem sofrido muito com os decretos estaduais e municipais que têm fechado esses comércios", segundo o presidente.

Apesar da eficácia das medidas de isolamento atestada em outros países e mesmo no Brasil no primeiro momento da pandemia, Bolsonaro tem batido de frente com os governadores que as defendem e chegou a ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubá-las --até o momento sem sucesso.

O presidente sempre foi um crítico do isolamento social, argumentando que os impactos financeiros são piores do que o próprio vírus, que já chamou de "gripezinha"

No entanto, pressionado pelo Congresso e a sociedade pela falta de ação e os equívocos do governo contra a pandemia, Bolsonaro participou de reunião na quarta-feira entre os presidentes dos Poderes, ministros e governadores para tratar do enfrentamento à pandemia, e defendeu a união de esforços.

Dólar fecha em alta de 0,56%, a R$ 5,6698

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar voltou a fechar em alta nesta quinta-feira, ficando perto de 5,67 reais, nas máximas em duas semanas, impulsionado por nova rodada de fortalecimento global da moeda norte-americana, movimento que no Brasil teve seus efeitos ampliados pelo desconforto com o agravamento da pandemia e contínuas incertezas fiscais.

O dólar à vista subiu 0,56%, a 5,6698 reais --maior valor desde o último dia 9 (5,7927 reais).

No exterior, o dólar ganhava 0,3%, operando em máximas em quatro meses.

Ibovespa fecha em alta com ajuda de Campos Neto e elétricas em destaque

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, com o setor elétrico entre os destaques positivos, notadamente Equatorial após resultado trimestral robusto e Eletrobras, com a indicação de um nome considerado técnico para comandar a estatal.

Declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também tiveram participação relevante na melhora da bolsa paulista, após hesitação na primeira etapa, uma vez que trouxe alívio na curva futura de juros.

Campos Neto procurou explicar a "normalização parcial" da política monetária citada pelo Copom na última decisão, que elevou a Selic a 2,75% ao ano, e que fazer "mais e mais rápido" reduz intensidade do ajuste total.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,6%, a 113.851,83 pontos, segundo dados preliminares. Mais cedo, na mínima, o índice chegou a 110.926,74 pontos, em queda de 1%. Na máxima, flertou com 114 mil pontos.

O volume financeiro somava 29 bilhões de reais.

"Sinal amarelo" de Lira demonstra insatisfação do Congresso com governo, diz Pacheco

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta quinta-feira que o pronunciamento na véspera do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em que fala em acender um "sinal amarelo" e menciona remédios amargos sinalizam a insatisfação do Congresso com o governo federal.

Pacheco defendeu que o governo assuma a postura de atuar pela pacificação. Para ele, a fala de Lira na quarta-feira pode ajudar a encontrar uma saída para a crise.

"É uma demonstração de insatisfação porque de nossa parte no Congresso Nacional, tanto Câmara quanto Senado, nós estamos buscando de todas as formas ter um ambiente de consenso, de pacificação, de busca de soluções, e isso precisa também, do outro lado, por parte do governo federal, ter essa mesma postura e essa mesma vontade", disse o presidente do Senado a jornalistas.

"A manifestação do deputado Arthur Lira é uma manifestação legítima de alguém que preside uma Casa que é a Casa do povo", acrescentou.

"Mas isso obviamente que é uma manifestação que será capaz de significar uma possibilidade de solução desse problema que eu quero crer que seja um anseio também do presidente da República, de consertamos alguns pontos para poder termos de fato uma união nacional no enfrentamento dessa crise", avaliou.

Na quarta-feira, Lira alertou que estava apertando um sinal amarelo, propondo um freio nas votações na Câmara para se dedicar por duas semanas a temas ligados à pandemia, quando o Brasil enfrente o pior momento da Covid-19, com seguidos recordes de mortes pela doença e novos casos.

O presidente da Câmara pediu união e ponderou não ser justo "descarregar toda a culpa" no governo ou no presidente, mas alertou que "os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos", "alguns, fatais", no que pode ser encarado como uma referência indireta a um processo de impeachment.

No STF, defesa de Lula pede liminar contra o STJ por desrespeito a anulação 

  • Teria desconsiderado decisão de Fachin e prosseguiu com o julgamento no caso do Sítio de Atibaia (Poder360)
  • A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou com uma reclamação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o ministro Felix Fischer, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), e a PGR (Procuradoria Geral da República). Os advogados afirmam que o processo contra Lula continuou a ser julgado mesmo depois da decisão do ministro Edson Fachin que anulou todos os processos que tiveram origem na Vara de Curitiba.

A reclamação (íntegra – 386 KB) desta 5ª feira (25.mar.2021) pede que Fachin conceda uma liminar para interromper o prosseguimento da ação no STJ. No texto os advogados afirmam que o Tribunal continua “a processar ilegalmente” o caso do Sítio de Atibaia, mesmo depois da anulação do caso.

Segundo a decisão de 8 de março de Fachin, o caso do Sítio de Atibaia deve ser enviado para a Justiça Federal do Distrito Federal, assim como todos os outros julgados em Curitiba. O ministro defendeu que as ações não poderiam ter sido processadas naquela Vara porque os fatos apontados não têm relação direta com o esquema de desvios na Petrobras.

Com isso, todas as decisões, incluindo do STJ, deixaram de ser válidas. Para que haja qualquer sentença é necessário que a Justiça Federal de Brasília apresente uma nova denúncia.

Apesar disso, segundo a reclamação, o ministro Fischer continuou com o processo normalmente, sem reconhecer a decisão da instância superior. Em 22 de março o juiz pediu que a PGR se manifestasse sobre o caso para que ele tomasse uma decisão judicial. A PGR, por meio do MPF (Ministério Público Federal), respondeu com um parecer sobre o recurso julgado, também desobedecendo a decisão do STF.

“De fato, não poderia passar sem registro que causa maior espécie um membro da Procuradoria-Geral da República, em deliberado menosprezo ao quanto decido pela mais alta Corte do país, possa ainda sim, ao seu talante, emitir opinião sobre um nada jurídico. Triste investida!“, diz a reclamação da defesa de Lula.

Os advogados pedem então que o STF emita uma medida liminar para reconhecer que qualquer decisão do STJ sobre o caso neste momento é nula. A defesa do ex-presidente pede que o Tribunal e a PGR sejam intimados a explicar porque desrespeitaram uma decisão de uma instância superior.

O Poder360 entrou em contato com a PGR, que afirmou não ter sido notificada e, portanto, não vai se manifestar no momento. O STJ também foi procurado, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.

Pacheco defende mudança na política externa, mas diz que Bolsonaro é quem decide comando do Itamaraty

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), defendeu mudanças na política externa do país, mas ponderou que cabe ao presidente Jair Bolsonaro decidir se mantém ou retira o ministro Ernesto Araújo do comando do Itamaraty.

Segundo Pacheco, senadores manifestaram sua "frustração" com a política externa nas audiências com Araújo na véspera no Congresso, e prevalece entre parlamentares o entendimento que a diplomacia brasileira teve erros. Ele também afirmou que o Ministério das Relações Exteriores tem ficado aquém do desejado.

Líder da oposição russa alega "tortura" com privação de sono e falta de atenção médica durante prisão

MOSCOU (Reuters) - Crítico do Kremlin atualmente preso, Alexei Navalny disse nesta quinta-feira que ser acordado por um guarda a cada hora durante a noite equivale a tortura e que seu apelo para ser tratado de uma dor aguda nas costas e pernas foi recusado como tentativa deliberada de subjugá-lo.

Navalny, um dos críticos mais proeminentes do presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez as alegações em duas apelações oficiais às autoridades que ele passou aos advogados que o visitaram na colônia penal corretiva IK-2, localizada 100 quilômetros a leste de Moscou.

O Serviço Penitenciário Federal havia dito mais cedo nesta quinta-feira que a saúde de Navalny é estável e satisfatória.

Seus advogados, que foram impedidos de ter acesso a ele no dia anterior, questionaram isso depois de visitá-lo, dizendo que ele estava em mau estado e que precisava ver um médico de fora urgentemente para receber tratamento.

O político opositor de 44 anos disse nas apelações que autoridades prisionais recusaram o pedido que ele fez no mês passado para que um médico civil o veja, apesar de uma dor excruciante nas costas e uma dormência na perna.

"Considero a deterioração de minha saúde a consequência direta das ações e inações de funcionários do Serviço Penitenciário Federal, que visam deliberadamente me negar cuidado médico adequado e minar minha saúde", escreveu ele.

Autoridades prisionais dizem que a prática de acordá-lo de hora em hora é necessária porque ele é considerado um prisioneiro com risco de fuga.

Yulia Navalnaya, a esposa de Navalny, disse que o tratamento que o marido recebe na prisão é uma vingança por suas atividades na oposição.

Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters

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