Novo ministro da Saúde terá 546 milhões de doses de vacinas para administrar até o final deste ano

Publicado em 16/03/2021 16:10
com Paulo Moura
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Queiroga diz que a política de ação contra pandemia é do governo e ministro da Saúde executa a política do governo

BRASÍLIA (Reuters) - No dia seguinte a sua indicação para o cargo de ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga afirmou nesta terça-feira que a política de saúde é do governo do presidente Jair Bolsonaro e cabe ao ministério executar as medidas e que irá dar continuidade às ações planejadas por Eduardo Pazuello.

"O governo está trabalhando. As políticas públicas estão sendo colocadas em prática. O ministro Pazuello anunciou todo o cronograma da vacinação. A política é do governo Bolsonaro. A política não é do ministro da Saúde. O ministro da Saúde executa a política do governo", disse Queiroga a jornalistas ao chegar para sua primeira reunião no ministério.

"Ministro Pazuello tem trabalhado arduamente para melhorar as condições sanitárias do Brasil e eu fui convocado pelo presidente Bolsonaro para dar continuidade a esse trabalho."

O nome de Queiroga foi anunciado na noite de segunda-feira por Bolsonaro, em substituição a Pazuello. A informação de que o ministro deixaria o cargo surgiu no final de semana mas, ao mesmo tempo em que o general negava que tivesse pedido para sair, o presidente fazia contatos com a cardiologista Ludhmila Hajjar, indicada por, entre outros, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Queiroga, apresentado pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), seu filho.

A nomeação de Queiroga deve sair na quarta-feira no Diário Oficial, mas o futuro ministro iniciou nesta terça já as reuniões de transição no ministério.

Questionado sobre temas como o uso de cloroquina e lockdown, que costumam afastar Bolsonaro de boa parte da comunidade científica, Queiroga se recusou a responder. Afirmou que suas posições são públicas e o necessário hoje é uma "união nacional".

"O presidente está muito preocupado com essa situação, ele tem pensado nisso diuturnamente e vamos buscar soluções. Não tem vara de condão para solucionar os problemas da saúde pública", disse.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, no domingo --quando seu nome começou a circular como possível ministro-- Queiroga afirmou ser contra o uso da cloroquina.

"A própria Sociedade Brasileira de Cardiologia não recomendou o uso dela nos pacientes, e nem eu sou favorável porque não há consenso na comunidade científica”, disse.

Já na noite de segunda, em entrevista a TV CNN, reafirmou que o medicamento não seria parte de sua estratégia, mas que médicos tem autonomia para prescrevê-la.

Já sobre Lockdown, Queiroga afirmou que essa não pode ser uma política de governo e só é aplicado em situações extremas.

"Não pode ser política de governo fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados", afirmou.

Governo federal investirá R$ 7,77 bilhões para comprar vacinas da Pfizer e Janssen

BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal vai investir 5,63 bilhões de reais na compra de 100 milhões de doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19 e outros 2,14 bilhões de reais na aquisição de 38 milhões de doses do imunizante da farmacêutica Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson de acordo com os extratos de dispensa de licitação publicados no Diário Oficial da União.

O Ministério anunciou na segunda-feira a assinatura do contrato com os dois laboratórios, depois de meses de negociações.

A vacina da Pfizer foi a primeira a receber o registro definitivo no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Já a Janssen ainda não tem registro definitivo, mas deve receber brevemente a autorização de uso emergencial, já que tem o registro nos Estados Unidos e em outros países que são usados como base para a análise da Anvisa.

O valor total a ser desembolsado pelo governo federal, 7,77 bilhões de reais, são parte dos 20 bilhões que foram reservados no orçamento, no início deste ano, para aquisição de imunizantes.

Nas últimos semanas, o governo federal anunciou também a compra de 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik V e 20 milhões da indiana Covaxin. Nenhuma das duas, no entanto, entregou ainda os documentos necessários para pedido de registro emergencial ou definitivo no país.

Em entrevista na segunda-feira, Eduardo Pazuello --que teve na noite do mesmo dia seu substituto no comando do Ministério da Saúde anunciado-- afirmou que, somando todos os acordos já firmados pela pasta com diferentes laboratórios, o Brasil tem garantidas 562 milhões de doses de vacinas da Covid-19 para o ano de 2021.

Até o momento, no entanto, foram distribuídas apenas cerca de 25 milhões de doses aos estados e municípios, sendo 20,6 milhões de doses da CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, que está sendo envasada pelo Instituto Butantan, e 4 milhões de doses da vacina da AstraZeneca importadas da Índia.

Com a escassez de doses, a vacinação no país tem caminhado a ritmo lento, com apenas cerca de 6% da população acima de 18 anos vacinada com a primeira dose, de acordo com levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Guedes reúne-se com Lira para discutir tramitação da reforma administrativa

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, reuniu-se na tarde desta terça-feira com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para discutir a tramitação da reforma administrativa no Congresso Nacional e, ao final do encontro, se disse otimista com a perspectiva de aprovação da proposta em ambas as Casas.

Em rápida fala à imprensa na residência oficial do presidente da Câmara, Guedes, que estava acompanhado do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, afirmou que Lira deverá anunciar em breve os detalhes acerca da tramitação da proposta.

"Nós temos avançado com uma boa velocidade na agenda de reformas e o presidente da Câmara nos chamou hoje então para conversar sobre reforma administrativa, os próximos passos, o prazo, relatoria. Tudo isso ele vai estar dando, em detalhes, daqui a pouco lá na Câmara dos Deputados", disse Guedes.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma administrativa, apresentada pelo governo em setembro de 2020, restringe a prerrogativa de estabilidade no emprego para os servidores públicos e acaba com uma série de benefícios, como férias de mais de 30 dias e aposentadoria compulsória como punição. As mudanças, no entanto, valerão apenas para novos funcionários.

De acordo com estimativas de Guedes, a economia aos cofres públicos com a aprovação da reforma será de 300 bilhões de reais em dez anos. Mais cedo, em entrevista à CNN, o ministro afirmou que a proposta está pronta para ser aprovada pelos parlamentares, classificando-a como "leve, suave".

Atualmente, a PEC encontra-se na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, aguardando parecer do relator, deputado Darci de Matos (PSD-SC).

Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters

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