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Bolsonaristas pedem exclusão de jornalista Ricardo Noblat do Twitter (no Poder360)
Cita suicídio do presidente; Ele apagou a publicação; Veja diz repudiar ato de colunista
Bolsonaristas pedem a exclusão do jornalista da Veja Ricardo Noblat do Twitter depois de uma postagem feita neste domingo (10.jan.2021) que cita a possibilidade de suicídio do presidente Jair Bolsonaro.
“Se Trump optar pelo suicídio, Bolsonaro deveria imitá-lo. Mas para que esperar pela derrota na eleição? Por que não fazer isso hoje, já, agora, neste momento”, escreveu o jornalista na rede social. Depois da repercussão negativa, a publicação foi apagada pelo Twitter.
Apesar de não ter sido publicado em aspas, a publicação reproduz o trecho da coluna “Saída para Trump: matar-se” do jornal Folha de S.Paulo. O texto foi escrito por Ruy Casto, jornalista e escritor que fez as biografias de Cármen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi excluído do Twitter na 4ª feira (6.jan.2021). A rede social comunicou que houve incitação da violência em protesto. Parte dos bolsonaristas cobraram a mesma atitude em relação a Noblat.
Ele disse que reproduz o que a mídia publica desde 2008 e que não deseja a morte de ninguém.
“Minha religião o impediria. Mas ao fazer, como faço aqui, um clipping diário da mídia, não posso nem devo ignorar o que me pareça que repercutirá, mais ainda quando publicado em um grande jornal. Seria uma forma odienta de autocensura”, disse.
Noblat disse que também reproduziu trechos do colunista Hélio Schwartsman, também da Folha, que publicou o texto “Por que torço para que Bolsonaro morra” em 7 de julho do ano passado. “Quem me acompanha sabe o quanto valorizo a vida e que não discrimino entre quem deve viver ou morrer. Por fim: vida longa ao presidente Jair Bolsonaro para que ele possa colher o que plantou”, finalizou o jornalista.
A Veja disse pelo Twitter que repudia com veemência a declaração do colunista. “Não achamos que esse tipo de opinião contribua em nada para a análise política do país”, afirmou.
O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, respondeu o comentário de Noblat: “Quem é odiado por esse jornalista deve sentir um orgulho infinito. É, em última análise, o que diz um adágio famoso: ‘NÃO VIVI EM VÃO'”.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) relembrou do episódio da campanha de 2018 em que Adélio Bispo esfaqueou o presidente. Disse que pessoas comemorariam o fato se houvesse a morte de Bolsonaro.
Leia outros posicionamentos:
PT decide apoiar Rodrigo Pacheco para presidente do Senado (Poder360)
O PT, a maior bancada de oposição do Senado, com 6 representantes, definiu nesta 2ª feira (11.jan.2021) apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência do Senado Federal. O candidato é apoiado por Davi Alcolumbre (DEM-AP), atual presidente e que tem a benção do presidente Jair Bolsonaro para fazer seu sucessor.
Em nota, a bancada do PT afirmou que a escolha foi baseada no aspecto da independência e de uma agenda para a superação da crise econômica. Eis a íntegra (34 KB).
Neste caso, disseram “que perpassa esforço corrente para rejeitar iniciativas voltadas para o desmonte do Estado Democrático de Direito, incluindo propostas visando minar direitos civis, políticos, sociais e econômicos, muitas delas carentes de transparência e estofo técnico e científico.”
A bancada afirmou ter apresentado a Pacheco compromisso com 8 tópicos que vão desde defesa do SUS (Sistema Único de Saúde), a proteção do Meio Ambiente e Direitos Humanos, Racismo, Mulheres e Homofobia.
“O PT tem bastante claro que a aliança com partidos dos quais divergimos politicamente, ideologicamente e ao longo do processo histórico se dá exclusivamente em torno da eleição da Mesa Diretora do Senado Federal, não se estendendo a qualquer outro tipo de entendimento, muito menos às eleições presidenciais.”
Na última semana, Pacheco fechou 3 apoios e se consolidou na dianteira da corrida eleitoral. Com o PT, chega a prováveis 28 votos: PSD (11), PT (6), DEM (5), Pros (3) e Republicanos (3). São necessários ao menos 41 para vencer a disputa.
O MDB disse que disputará a eleição contra Pacheco, mas ainda não decidiu quem será seu candidato. Conta com os 13 votos da própria bancada, a maior da Casa.
Outro grupo que deve ser determinante para eleger o presidente do Senado é o de PSDB e Podemos, que espera a chegada do Cidadania.
Junto, o grupo soma 19 votos e ainda negocia com o PSL, que traria mais 2 senadores para o bloco. A ideia é ter força de negociação com os candidatos para ficarem bem colocados em comissões e na Mesa Diretora.
A presidência da Casa anunciou na 6ª feira (8.jan), por meio de nota (330 KB), que a eleição será como sempre foi: com voto secreto em cédulas de papel recolhidas em um envelope.
Isso significa que, se o senador não quiser divulgar em quem votou, não será possível comprovar. Isso contribui para que haja “traições” em blocos e partidos fechados com um ou outro candidato.
A possibilidade de votação remota foi ventilada na imprensa como solução para uma eleição segura em meio ao número crescentes de casos de covid-19 no Brasil. A eleição será em 1º de fevereiro.
A BENÇÃO DE BOLSONARO
No começo de dezembro do ano passado, Alcolumbre e Bolsonaro se reuniram e chegaram a um acordo sobre a eleição do Senado. Ficou acertado que o senador mostraria ao Planalto um nome viável para ser seu sucessor.
À época, Pacheco figurava entre a lista de favoritos de Alcolumbre, mas não era o mais cotado. Desde então, o nome do mineiro se consolidou com apoios de bancadas importantes da Casa como o PSD, a 2ª maior.
Bolsonaro teria confirmado o apoio a Pacheco ao líder do governo do Senado e um dos pré-candidatos do MDB, Fernando Bezerra (MDB-PE) em reunião realizada nessa 6ª feira (8.jan). Na nota, o PT declarou que o apoio a Pacheco é restrito à eleição do Senado e que continuará a trabalhar pela destituição do presidente.
“O PT continuará lutando, dentro e fora do parlamento, pela soberania nacional, contra as privatizações de empresas estratégicas ao desenvolvimento, contra a agenda neoliberal que compromete o presente e o futuro do país, em defesa dos direitos dos trabalhadores, pelo impeachment de Jair Bolsonaro e pelo resgate dos direitos políticos e cidadãos do ex-presidente Lula.”
Lira fala em votar reformas já no 1º semestre caso seja eleito na Câmara (Poder360)
O deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato à presidência da Câmara, afirmou que sua vontade é votar a PEC (proposta de emenda à Constituição) Emergencial e as reformas administrativa e tributária ainda no 1º semestre de 2021, caso seja eleito.
Ele fez, porém uma ressalva: “Se o colégio de líderes concordar”. “A sugestão é começarmos a PEC Emergencial. Na sequência, a administrativa e, só após essas duas, e ainda no 1º semestre, a tributária. Ela tem mais peculiaridades”, declarou Lira.
Ele falou a jornalistas no fim da manhã desta 2ª feira (11.jan.2021) no Hotel Windsor, em Brasília.
Estavam com ele os deputados Marcelo Ramos (PL-AM), Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR), Celso Sabino (PSDB-PA), Margarete Coelho (PP-PI), Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ) e Luis Miranda (DEM-DF).
Miranda e Sabino são de partidos que apoiam o adversário de Lira, Baleia Rossi. Depois da entrevista, foram para uma viagem para Tocantins e Goiás em busca de votos dos deputados locais.
A ressalva de Lira sobre o colégio de líderes não é à toa. Em sua campanha, ele tem dito que obedecerá sempre a vontade da maioria dos deputados. O colégio de líderes é onde se reúnem os representantes das bancadas dos partidos para definir a pauta de votações.
A PEC Emergencial permite que o governo corte despesas obrigatórias. Se for mantido acordo feito em 2020, o projeto que avançará será o que está no Senado. Enquanto os senadores não a aprovarem, a influência de Lira sobre o destino da proposta é reduzida.
O deputado também falou em instalar a CMO (Comissão Mista de Orçamento) e aprovar o Orçamento de 2021 na 1ª quinzena de fevereiro.
Quem instala a CMO é o presidente do Congresso. Isso não foi possível em 2020 porque um desacordo entre deputados, patrocinado por Lira, causou impasse.
A presidência da comissão naquele ano deveria ser de um integrante da Câmara. Havia acordo para que o presidente fosse Elmar Nascimento (DEM-BA). À época, ele era do grupo de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Casa.
Lira, porém, manobrou para tentar colocar no cargo Flávia Arruda (PL-DF). O enrosco não foi resolvido e o ano acabou sem o Orçamento ser discutido. No fim de 2020, Elmar se aproximou de Lira.
A eleição para presidente da Câmara será no início de fevereiro. Quem vencer terá mandato de 2 anos no cargo. A impressão mais comum é que, se a eleição fosse hoje, Lira venceria.
Seu principal adversário é Baleia Rossi (MDB-SP), escolhido por Rodrigo Maia para representar seu bloco também com apoio da esquerda.
Lira tem feito campanha “no varejo”, pedindo votos individualmente para os deputados. Baleia, por outro lado, tem trânsito principalmente nas cúpulas partidárias.