Alessandra Mello - Notícia sobre reforma administrativa faz dólar cair em relação ao real
Alessandra Mello - Ouro e dólar foram destaques entre os investimentos em agosto
Em dia de PIB, dólar cai com sinalização positiva do lado fiscal; exterior ajuda
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, começando setembro repercutindo sinais benignos do governo com relação à agenda de reformas e de equilíbrio fiscal em dia de PIB no Brasil, enquanto no exterior a moeda norte-americana seguiu em trajetória de baixa.
O dólar à vista caiu 1,75%, a 5,385 reais na venda, menor patamar desde 13 de agosto (5,3675 reais).
Na B3, o dólar futuro recuava 2,18%, a 5,3780 reais, às 17h01.
O mercado gostou de sinais do presidente Jair Bolsonaro sobre envio da reforma administrativa ao Congresso na próxima quinta-feira, depois de sucessivos adiamentos e muita resistência por parte do próprio presidente.
Além disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, mencionando orientação dada por Bolsonaro, disse que o Renda Brasil, que está sendo gestado para reunir programas sociais numa só iniciativa, será estudado por mais tempo e deverá mirar o andar de cima para reforçar o andar de baixo.
Ainda nesta terça, Bolsonaro anunciou que o valor do auxílio emergencial que será pago pelo governo federal a vulneráveis até o final do ano por causa da pandemia de coronavírus será de 300 reais mensais.
"(Isso) é sinal de que, se houver boa vontade, o dólar responde em uma magnitude maior", disse um experiente profissional em trade de dólar.
O mercado vinha nas últimas semanas elevando prêmios de risco diante de temores de postura fiscal mais leniente da parte do governo e de perda de influência de Guedes em meio a pressões por setores do Executivo por mais gastos.
O sinal positivo do lado fiscal emitido nesta terça por Bolsonaro junto a Guedes ocorreu no mesmo dia em que o IBGE reportou tombo de 9,7% na economia brasileira no segundo trimestre sobre o primeiro --resultado pior que o esperado.
Ainda assim, predomina no mercado análise de que a economia segue em recuperação, qualificada pelo economista do Itaú Unibanco Luka Barbosa como "robusta". O UBS Brasil elevou a projeção para o desempenho da economia no terceiro trimestre e no ano de 2020 como um todo.
"E ainda estamos em movimento alinhado à queda do dólar no exterior", lembrou Fernando Bergallo, CEO da FB Capital, citando fatores externos como adicionais à reação positiva do mercado à indicação do presidente sobre a agenda de reformas.
O real liderou os ganhos entre as principais divisas nesta sessão, seguido por outras moedas emergentes como rand sul-africano (+1,7%), peso colombiano (+1,6%) e peso chileno (+0,6%).
NY ajuda e Ibovespa fecha em forte alta com promessa de reformas e cena fiscal no radar
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou acima dos 102 mil pontos nesta segunda-feira, com promessa do governo sobre a reforma administrativa e definição sobre o auxílio emergencial servindo como argumento para o viés mais comprador após um agosto fraco.
Índice de referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em alta de 2,66%, a 102.016,63 pontos, segundo dados preliminares, em sessão de noticiário corporativo forte e apoio do avanço em Wall Street.
O volume financeiro da sessão somou 25,7 bilhões de reais.